Movimento Monárquico
Santa Casa da Misericórdia abre as portas para o IV Encontro Monárquico do Rio
Curiosidade & Conhecimento
Tema desta edição foi a primeira Constituição do Brasil, que completa 200 anos. Os presentes foram agraciados com as bênçãos de Dom Abade José Palmério
Por Patrícia Lima*
A Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, no Centro do Rio, recebeu, no último sábado (24), o IV Encontro Monárquico do Rio de Janeiro, evento no qual foi abordada a importância da primeira Constituição do Brasil, que completa 200 anos. A benção aos presentes ficou a cargo de Dom Abade José Palmério. A Santa Casa recebeu dezenas de convidados no histórico prédio da irmandade que completou 442 anos em março, em meio a estátuas e afrescos que eram desconhecidos pela maior parte dos visitantes.
Já na chegada, os palestrantes e convidados se maravilharam com a enorme escadaria em mármore e os portões com os brasões do Império do Brasil, assim como as estátuas de Dom Pedro II, do provedor José Clemente Pereira e de São José de Anchieta em meio aos faustosos lustres da Irmansade da Misericórdiae os portentosos quadros com os benfeitores e provedores da instituição da rua Santa Luzia, famosa por seu pórtico de pedra.
No debate, do qual participaram quatro palestrantes de notório saber – o estudioso Edgar Leite foi um deles – foram comparadas as diferenças e aproximações entre a primeira Carta e a atual, promulgada em 1988 e que recebeu a alcunha de “Constituição Cidadã”; a imensa quantidade de emendas não deixou de ser notada. A partir das ponderações dos participantes foram estudadas propostas para uma nova Constituição e um possível futuro monárquico para o Brasil.
O encontro foi presidido pelo Chefe da Casa Imperial Brasileira, príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, vindo de São Paulo especialmente para o evento, que contou também com a companhia de D. Rafael, Príncipe do Grão-Pará, que também falou e foi muito aplaudido.

Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, ilustração de 1808
“Casa Imperial” (ou real, ou principesca) é uma instituição comum em toda antiga monarquia. Desde s Rússia, até Itália, Portugal, Alemanha e França, as famílias reais se organizam em torno de casas monárquicas, de forma a manter acesa a ideia da volta das monarquias, a exemplo do que ocorreu, por exemplo, na Espanha. Estas instituições gerem os movimentos monárquicos e por vezes a concessão de honrarias, brasões e títulos, sendo que aqui no Brasil a Casa Imperial é contrária a tais concessões ‘enquanto’ a monarquia não for o regime de governo do país.

Vale notar que o príncipe Dom Bertrand integra o chamado Ramo de Vassouras da família imperial, que não possui qualquer participação nos laudêmios e foros cobrados, na cidade de Petrópolis, pela Companhia Imobiliária de Petrópolis, controlada pelo chamado Ramo de Petrópolis. O jornal O Diário do Rio publicou grande artigo de advogado especializado sobre polêmica do laudêmio, que é erradamente chamado de “imposto do príncipe“. O laudêmio não é um imposto e sim um direito privado semelhante a um aluguel.
Também prestigiaram o evento: dirigentes da Santa Casa da Misericórdia como o chefe de gabinete do Provedor da Santa Casa, Dr. José Guilherme, lideranças do meio católico e empresarial, como o Diretor da Sérgio Castro Imóveis e provedor da irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, Cláudio André de Castro; além de vários profissionais liberais de destaque no cenário fluminense e brasileiro. A lugartenente da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, milenar ordem de cavalaria católica, Dra. Ísis Penido, também prestigiou o evento.
O IV Encontro Monárquico do Rio de Janeiro foi organizado pelo Círculo Monárquico fluminense com apoio da Santa Casa.
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* Fonte: Diário do Rio
* Fotos: Divulgação / Diário do Rio / Redes Sociais
Curiosidade & Conhecimento
Há 85 anos, Rosa Helena Schorling fazia história na aviação e no paraquedismo do Brasil
Por Edlamara Conti* – Vitória / ES
Neste sábado, dia 8 de novembro, completam 85 anos do primeiro salto de paraquedas feito por uma mulher no Brasil. Nesta data, em 1940, a capixaba Rosa Helena Schorling saltou de uma altura de 1 mil metros, no aeródromo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e entrou para a história da aviação brasileira como um símbolo do pioneirismo feminino em um período de profundas barreiras sociais e culturais.
A história desta mulher que levou o nome do Espírito Santo aos aeroclubes do Brasil e do exterior está preservada no Arquivo Público Municipal de Vitória. Além de documentos oficiais de todos os tipos, mapas, plantas arquitetônicas e fotografias, o Arquivo Municipal mantém sob guarda 14.785 exemplares de jornais que circularam entre os séculos XIX e XX (1800 a 1979) em Vitória.
Desta forma, trajetórias de personagens de nossa terra continuam acessíveis às novas gerações e não caem no esquecimento.
Aviadora aos 19 anos

Bilhete de Rosita, em nome do Aeroclube do Espírito Santo, ao Correio da Manhã, pela manchete
Rosa Helena Schorling nasceu em 15 de julho de 1919, em São Paulo de Biriricas, no município de Domingos Martins. Filha de João Ricardo Hermann Schorling, de origem alemã, e Rosa Wlasak Schorling, de ascendência austríaca, que mudaram-se para a região de Campinho, quando Rosa Helena, também chamada de Rosita, ainda era bebê.
Em 1939, antes de completar 20 anos, Rosita conquistou o brevê de aviadora pelo Aeroclube do Brasil, tornando-se a primeira mulher piloto do Espírito Santo e a oitava do país. Pouco depois, passou a integrar competições e demonstrações aéreas, em meio a um ambiente majoritariamente masculino.
O salto histórico
No ano seguinte, em 1940, Rosita participou da “Semana da Asa”, uma das maiores celebrações aeronáuticas, organizada em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Representando o Espírito Santo, ela se destacou na prova feminina “Cruzeiro do Sul”, vencendo com manobras acrobáticas de precisão.
O ponto culminante de sua carreira veio em 8 de novembro de 1940, quando realizou, diante de grande público e com cobertura da imprensa nacional, o primeiro salto de paraquedas executado por uma mulher brasileira, de uma altura aproximada de mil metros. O feito foi patrocinado pelo jornal A Noite e amplamente noticiado por veículos como O Globo, A Tribuna, A Gazeta e A Notícia.
Carreira com 136 saltos
Durante sua trajetória, Rosa Schorling realizou 136 saltos, participando de competições no Brasil e no exterior. Sua habilidade como aviadora e paraquedista rendeu homenagens de entidades civis e militares. Em 1953, a Câmara Municipal de Vitória prestou homenagem oficial à aviadora, com registro em ata e publicação no jornal A Gazeta.
Em 1957, Rosita solicitou à Prefeitura o Prêmio de Mérito Cultural, instituído pela Lei nº 7/1947, que concedia gratificação a capixabas com destaque artístico, cultural ou científico. Porém, o pedido foi indeferido, pois não havia previsão na lei para beneficiar esportes ou atividades de aviação ou paraquedismo.

Primeira brasileira paraquedista foi manchete do Jornal O Globo (RJ) em 1940
Vida e museu em Domingos Martins
Além da aviação, Rosita Schorling também se dedicou à educação, atuando como professora e diretora escolar. Em 1955, retornou definitivamente para o Sítio Rosenhausen, em Domingos Martins, onde passou a viver e onde mais tarde criou um museu particular para preservar sua história e suas conquistas.

Rosita sendo cumprimentada pelo presidente Getúlio Vargas
Em 1960, casou-se com o tenente reformado do Exército Brasileiro, Raymundo Mendes Albuquerque, com quem teve um filho, João Raymundo, falecido aos cinco meses de idade. Rosita permaneceu em Domingos Martins até o fim da vida.
Rosa Helena faleceu em 2017, aos 98 anos, em decorrência de complicações após uma fratura no fêmur. Sua trajetória foi registrada no livro “Rosa Helena Schorling, além da folha de vento”, do jornalista Fabrício Fernandes, que reúne documentos, relatos e reportagens sobre sua contribuição à aviação e ao paraquedismo brasileiros.
Memória preservada no Arquivo Público Municipal
O documento que deu origem a esta reportagem foi o processo nº 2846/1957, em que Rosita requereu à Prefeitura de Vitória o Prêmio de Mérito Cultural. O processo administrativo, preservado há 68 anos no Arquivo Público Municipal, reúne ofícios, recortes de jornais, com manchetes e fotografias, despachos e pareceres jurídicos que reconhecem o mérito histórico da aviadora e paraquedista, que compõem um dossiê de valor histórico e simbólico inestimável.
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Fontes:
Acervo do Arquivo Público Municipal de Vitória (Processos administrativos nºs 1.042/54, 3.619/55, 1.814/56, 5.319/55 e 2846/57); Wikipedia (Rosa Helena Schorling Albuquerque); A Gazeta, Vitória, ES, edições comemorativas de 2017; Fabrício Fernandes, “Rosa Helena Schorling, além da folha de vento”.
*Prefeitura de Vitória / Comunicação – Conteúdo
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