Política Nacional
Senado aprova aumento do número de deputados de 513 para 531
Política Nacional
Prazo dado pelo STF para que o Congresso estabeleça a nova distribuição de cadeiras com base no Censo de 2022 termina dia 30
Brasília/DF
O Senado Federal aprovou na noite desta quarta-feira, 25, o projeto de lei que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais no Brasil. Como foi modificado, retorna para nova análise da Câmara. Se aprovada e sancionada, a regra já valerá para a eleição de 2026.
Foram 41 votos favoráveis – o mínimo necessário – e 33 contra. A votação da redação final terminou com a rejeição de um destaque (trecho separado).
O prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso estabeleça a nova distribuição de cadeiras com base no Censo de 2022 termina em menos de uma semana, em 30 de junho.
O relator, Marcelo Castro (MDB-PI), acatou uma emenda para proibir que a alteração eleve gastos públicos. O relator, no entanto, modificou o teor da sugestão para retirar as emendas parlamentares da restrição. Segundo ele, porém, não haverá aumento do volume total de emendas.
“As emendas parlamentares não podem ser aumentadas, porque é um porcentual. As emendas individuais correspondem a 2% da receita corrente líquida do ano anterior. Pode dividir os 2% por 513 ou por 531. O ônus para o erário é o mesmo”, afirmou nesta quarta-feira, 25, durante a leitura de seu parecer.
Castro disse que a distribuição de cadeiras não é debatida há quase 40 anos e que uma simples redistribuição prejudicaria regiões mais pobres.
“Sete Estados do Brasil perderiam representação. Cinco desses Estados são do Nordeste. Por que? Porque é a região mais pobre do Brasil. Pessoas sem oportunidade de emprego vão para outros lugares”, declarou o relator.
Pelo texto aprovado, Santa Catarina, Pará, Amazonas, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Ceará, Paraná e Rio Grande do Norte ganharão novos assentos.
A votação e críticas
PL, MDB e PT liberaram suas bancadas. O Novo orientou contra e tentou travar a votação, alegando que o projeto não foi analisado pelas comissões do Senado e que a sessão estava esvaziada por conta das festas juninas no Nordeste.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE), contrário à mudança, afirmou que o Supremo Tribunal Federal determinou apenas a revisão da distribuição do número de cadeiras, não o aumento de vagas.
“É o jeitinho brasileiro. Vão aumentar para ninguém perder […] Aumentar o número de deputados é uma invenção do Congresso”, declarou Girão.
O relator, Marcelo Castro, rebateu e disse que a decisão do STF não proibia novos assentos.
“Em nenhum momento, o Supremo disse que o número tinha de ser manter em 513. Pelo contrário, o número será estabelecido pelo Congresso, é competência do Congresso”, disse Castro.
Impacto nas contas públicas
Para o relator, o projeto está “isento de qualquer impacto orçamentário e financeiro”.
Um levantamento do Estadão/Broadcast mostrou, porém, que, por causa do efeito cascata, o projeto abre margem para criação de 30 novas vagas de deputados estaduais, que podem custar mais de R$ 76 milhões por ano para os Estados – somado ao gasto extra de R$ 64,8 milhões da Câmara, o impacto total da proposta ultrapassa os R$ 140 milhões anuais.
O levantamento considerou portais de transparência de cada Legislativo estadual para calcular o custo de um deputado, levando em conta salário, cota parlamentar, auxílios e verba destinada ao pagamento de salários para os assessores do gabinete. A conta pode ser ainda mais cara: como as novas cadeiras valeriam apenas a partir da eleição de 2026, os salários e benefícios podem ser reajustados até lá.
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* Estadão – Conteúdo
* Foto/Destaque: Plenário do Senado Federal em Brasília / Crédito: Andressa Anholete – Agência Senado
Política Nacional
Lula classifica como ‘desastrosa’ megaoperação contra o Comando Vermelho
Essa foi a primeira vez que o presidente brasileiro comentou a megaoperação realizada pela Polícia Civil e Militar do Rio de Janeiro, que resultou em pelo menos 121 mortos e 112 presos
Belém / PA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “matança”, nesta terça-feira (4/11), a megaoperação realizada na semana passada no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho.
“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa, foi um massacre”, afirmou o presidente, em entrevista a agências internacionais em Belém.
O presidente também relatou que o governo federal deverá investigar possíveis irregularidades nas mortes resultadas pelo confronto.
“Estamos tentando ver se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação da morte. A decisão do juiz era uma ordem de prisão (aos suspeitos mortos na operação). Não tinha ordem de matança e houve uma matança. É importante a gente verificar em que condições ela se deu (o combate)”, acrescentou o presidente.
Essa foi a primeira vez que o presidente brasileiro comentou a megaoperação realizada pela Polícia Civil e Militar do Rio de Janeiro, que deixou ao menos 121 mortos e 112 presos. Antes do pronunciamento de Lula, ministros do Palácio do Planalto já haviam criticado a ação policial.
Guilherme Boulos, titular da Secretaria-Geral da Presidência da República, questionou os métodos empregados pela polícia fluminense no combate às facções criminosas.
Para ele “a cabeça do crime organizado desse país não está no barraco de uma favela, muitas vezes está na lavagem de dinheiro lá na Faria Lima (avenida conhecida como centro financeiro de São Paulo), como vimos na Operação Carbono Oculto da Polícia Federal”.
Governador do Rio chama megaoperação de “sucesso”
Apesar das críticas do presidente da República, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), classificou a megaoperação como um “sucesso”. Ele se reuniu na segunda-feira (3/11) com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que a conduta policial seguiu preceitos “constitucionais”.
“Temos muita tranquilidade para defender tudo que fizemos ontem, no dia da operação. Quero me solidarizar com a família dos quatro guerreiros que deram a vida para proteger a população. De vítimas, ontem, só tivemos esses policiais”, disse Castro em coletiva realizada na semana da operação.
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* Correio Braziliense – Conteúdo
* Foto/Destaque: Crédito – Reuters
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