Ação Policial
Operação mira grupos criminosos e mobiliza quase 50 agentes em São Mateus
POLÌCIA

As forças de segurança do Espírito Santo realizaram o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão na zona rural de São Mateus.
A Operação Força Total, realizada nesta quinta-feira (11), teve como objetivo localizar e prender indivíduos envolvidos em conflitos entre grupos criminosos que disputam o tráfico de drogas.
Durante as ações, realizadas em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Pena, foram reunidos cerca de 48 agentes de segurança pública, entre policiais civis e militares, além do apoio de 18 viaturas.
O superintendente de Polícia Regional Norte (SPRN), delegado Fabrício Dutra, disse que ainda não foram realizadas prisões. Mas, a operação integra ações estratégicas das forças de segurança do Estado.
“Apesar de ainda não terem ocorrido prisões nesta fase da operação, a presença ostensiva das forças policiais foi reconhecida e elogiada pela comunidade local. A operação integra uma série de ações estratégicas que vêm sendo desenvolvidas pelas forças de segurança para coibir homicídios decorrentes da rivalidade entre criminosos”, delegado Fabrício Dutra.
Os órgãos de segurança informaram que os trabalhos de monitoramento, inteligência e localização dos principais alvos seguem em andamento
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* Reprodução de matéria do Jornal do Norte
* Foto/Destaque: Divulgação / PCES

POLÌCIA
MPES denuncia esquema de fraude de R$ 18 milhões na Câmara da Serra

Dois ex-presidentes da Casa legislativa são acusados de direcionar licitações e contratos para beneficiar um empresário
Por Julia Camim*
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ajuizou uma Ação Civil Pública de Ressarcimento por Danos ao Erário em razão de um “esquema fraudulento estruturado” que teria direcionado licitações e contratos de terceirização na Câmara Municipal da Serra por mais de uma década. A ação, distribuída na quarta-feira (24), busca o ressarcimento de um prejuízo atualizado aos cofres públicos no valor de R$ 18.439.471,94.
Estariam envolvidos no esquema dois ex-presidentes da Casa legislativa: Neidia Maura Pimentel e Rodrigo Márcio Caldeira. O documento aponta que a participação deles foi crucial para a perpetuação do esquema, seja autorizando o aumento injustificado de postos, seja aprovando prorrogações com preços superestimados e ignorando alertas jurídicos.
As investigações do MPES, conduzidas no âmbito de dois Inquéritos Civis e apurações do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) focaram, em sua segunda fase, nas irregularidades encontradas no Pregão nº 06/2013 e no subsequente contrato firmado entre a Câmara e a empresa Servinorte Serviços Ltda. – ME.
A Câmara e os envolvidos no suposto esquema foram procurados pela reportagem, mas ainda não retornaram o contato.
Esquema com “sócio oculto”
A ação aponta que o esquema de fraude licitatória e de contratações irregulares perdurou de 2009, quando o presidente da Câmara era Raul Cezar Nunes, a 2023. Nunes foi réu e condenado em ações de improbidade administrativa resultantes da primeira fase da investigação.
A trama era arquitetada para beneficiar um grupo econômico controlado por um empresário central, identificado como Júlio Cezar Barbosa, o “sócio oculto” das empresas vencedoras.
Nesta segunda fase investigativa, o MPES denunciou um total de 13 pessoas e empresas, incluindo agentes públicos, particulares e familiares de Barbosa.
O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Márcio Caldeira, ainda exerce a função de vereador na Serra. Já Neidia Maura Pimentel foi afastada do cargo em 2018 e condenada em 2019 por prática de peculato e “rachid” – apropriação indevida de parte do salário de um servidor.
O funcionamento do esquema de fraude
O esquema de fraude foi caracterizado pelo dolo (má-fé e intenção deliberada) dos envolvidos, que agiram para macular a lisura dos certames.
“Tais atos foram dolosa e planejadamente praticados com má-fé, revelando a intenção deliberada dos demandados de fraudar o certame e desviar recursos públicos, razão pela qual se impõe a recomposição integral do dano sofrido pela Administração”, escreveu a promotora de Justiça Maria Clara Mendonça Perim.
1. Fraude na licitação
O processo licitatório que resultou no Contrato nº 03/2014, assinado em 26 de março de 2014, foi considerado uma mera formalidade para dar “ares de disputa e de legalidade” à contratação da Servinorte.
Na fase orçamentária prévia, a Administração Municipal convidou para cotar serviços apenas empresas que eram integrantes ou conluiadas ao grupo de Júlio Cezar Barbosa: a Servinorte, o Grupo Servip (Aucamar) e a Serge Serviços Ltda.
A análise de mercado teria sido “fabricada unicamente para garantir que a Servinorte se sagrasse vencedora do certame.”
Conforme o MPES, o certame, por sua vez, teria sido direcionado com um esforço incoerente dos agentes envolvidos para eliminar concorrentes. Uma empresa que apresentou uma proposta significativamente menor do que a Servinorte foi desclassificada após recursos e impugnações da vencedora final.
2. Perpetuação do contrato e sobrepreço
Após a contratação inicial, o Contrato nº 03/2014 sofreu oito aditivos contratuais, prorrogando a execução dos serviços até meados de 2019. O padrão de fraude se repetiu nos processos de prorrogação.
Consta que as empresas ligadas a Júlio Cezar Barbosa participavam das cotações de preços para os aditivos, fornecendo orçamentos para inflar os preços e dar aparência de vantajosidade à prorrogação do contrato com a Servinorte.
Logo no 1º Termo Aditivo (firmado em 2015), por exemplo, houve um aumento injustificado do quantitativo de telefonistas, que subiu de 4 para 16 postos, sem justificativa técnica plausível, resultando em despesa sem interesse público. O prejuízo decorrente desse aumento no curso da execução contratual foi de R$ 3.168.877,62.
A responsável por autorizar o aumento injustificado de vagas foi a ex-presidente da Câmara Neidia Pimentel. Tal conduta gerou a majoração do custo da prestação dos serviços e culminou em prejuízo ao erário.
3. A emergência fabricada
O último aditivo contratual, firmado em 2019, decorreu da “incúria deliberada” dos agentes da Administração.
Segundo o MPES, servidores atrasaram o andamento dos processos licitatórios substitutos para que a licitação fosse publicada a menos de uma semana do prazo final dos contratos vigentes.
O então presidente da Câmara, Rodrigo Márcio Caldeira, teria autorizado a prorrogação “excepcional” do contrato por mais seis meses, baseando-se em mapas de preços superestimados e precários.
Tal prorrogação causou sobrepreço, resultando em um dano de R$ 216.970,32. Além disso, a manutenção de 16 postos de telefonista, que sequer seriam licitados nos novos contratos, gerou um prejuízo adicional de R$ 583.913,28 apenas durante os seis meses de prorrogação.
A soma dos prejuízos por sobrepreço no Contrato nº 003/2014 e seus aditivos, bem como os danos decorrentes das prorrogações excepcionais e aumentos injustificados de postos, totalizou os mais de R$ 18 milhões que o MPES busca ressarcir.
Pedidos do MPES
Além do ressarcimento integral dos danos causados à Câmara Municipal da Serra, o MPES solicita a autuação da ação, a notificação da Casa legislativa e a citação dos denunciados para que estes possam contestar o processo.
O outro lado
A Câmara Municipal da Serra e os dois ex-presidentes da Casa foram procurados pela reportagem, mas ainda não retornaram o contato.
O empresário Júlio Cezar Barbosa não foi localizado. A reportagem tenta encontrá-lo a partir do contato da empresa Servinorte.
O espaço está aberto para manifestações.
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* Folha Vitória – Conteúdo
* Foto/Destaque: Reprodução / CMS
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