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Honroso Legado

Há 85 anos, Rosa Helena Schorling fazia história na aviação e no paraquedismo do Brasil

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Curiosidade & Conhecimento

Por Edlamara Conti* – Vitória / ES

Neste sábado, dia 8 de novembro, completam 85 anos do primeiro salto de paraquedas feito por uma mulher no Brasil. Nesta data, em 1940, a capixaba Rosa Helena Schorling saltou de uma altura de 1 mil metros, no aeródromo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e entrou para a história da aviação brasileira como um símbolo do pioneirismo feminino em um período de profundas barreiras sociais e culturais.

A história desta mulher que levou o nome do Espírito Santo aos aeroclubes do Brasil e do exterior está preservada no Arquivo Público Municipal de Vitória. Além de documentos oficiais de todos os tipos, mapas, plantas arquitetônicas e fotografias, o Arquivo Municipal mantém sob guarda 14.785 exemplares de jornais que circularam entre os séculos XIX e XX (1800 a 1979) em Vitória.

Desta forma, trajetórias de personagens de nossa terra continuam acessíveis às novas gerações e não caem no esquecimento.

Aviadora aos 19 anos

Bilhete de Rosita, em nome do Aeroclube do Espírito Santo, ao Correio da Manhã, pela manchete

Rosa Helena Schorling nasceu em 15 de julho de 1919, em São Paulo de Biriricas, no município de Domingos Martins. Filha de João Ricardo Hermann Schorling, de origem alemã, e Rosa Wlasak Schorling, de ascendência austríaca, que mudaram-se para a região de Campinho, quando Rosa Helena, também chamada de Rosita, ainda era bebê.

Em 1939, antes de completar 20 anos, Rosita conquistou o brevê de aviadora pelo Aeroclube do Brasil, tornando-se a primeira mulher piloto do Espírito Santo e a oitava do país. Pouco depois, passou a integrar competições e demonstrações aéreas, em meio a um ambiente majoritariamente masculino.

O salto histórico

No ano seguinte, em 1940, Rosita participou da “Semana da Asa”, uma das maiores celebrações aeronáuticas, organizada em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Representando o Espírito Santo, ela se destacou na prova feminina “Cruzeiro do Sul”, vencendo com manobras acrobáticas de precisão.

O ponto culminante de sua carreira veio em 8 de novembro de 1940, quando realizou, diante de grande público e com cobertura da imprensa nacional, o primeiro salto de paraquedas executado por uma mulher brasileira, de uma altura aproximada de mil metros. O feito foi patrocinado pelo jornal A Noite e amplamente noticiado por veículos como O Globo, A Tribuna, A Gazeta e A Notícia.

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Carreira com 136 saltos

Durante sua trajetória, Rosa Schorling realizou 136 saltos, participando de competições no Brasil e no exterior. Sua habilidade como aviadora e paraquedista rendeu homenagens de entidades civis e militares. Em 1953, a Câmara Municipal de Vitória prestou homenagem oficial à aviadora, com registro em ata e publicação no jornal A Gazeta.

Em 1957, Rosita solicitou à Prefeitura o Prêmio de Mérito Cultural, instituído pela Lei nº 7/1947, que concedia gratificação a capixabas com destaque artístico, cultural ou científico. Porém, o pedido foi indeferido, pois não havia previsão na lei para beneficiar esportes ou atividades de aviação ou paraquedismo.

Primeira brasileira paraquedista foi manchete do Jornal O Globo (RJ) em 1940

Primeira brasileira paraquedista foi manchete do Jornal O Globo (RJ) em 1940

Vida e museu em Domingos Martins

Além da aviação, Rosita Schorling também se dedicou à educação, atuando como professora e diretora escolar. Em 1955, retornou definitivamente para o Sítio Rosenhausen, em Domingos Martins, onde passou a viver e onde mais tarde criou um museu particular para preservar sua história e suas conquistas.

Rosita sendo cumprimentada pelo presidente Getúlio Vargas

Rosita sendo cumprimentada pelo presidente Getúlio Vargas

Em 1960, casou-se com o tenente reformado do Exército Brasileiro, Raymundo Mendes Albuquerque, com quem teve um filho, João Raymundo, falecido aos cinco meses de idade. Rosita permaneceu em Domingos Martins até o fim da vida.

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Rosa Helena faleceu em 2017, aos 98 anos, em decorrência de complicações após uma fratura no fêmur. Sua trajetória foi registrada no livro “Rosa Helena Schorling, além da folha de vento”, do jornalista Fabrício Fernandes, que reúne documentos, relatos e reportagens sobre sua contribuição à aviação e ao paraquedismo brasileiros.

Memória preservada no Arquivo Público Municipal

O documento que deu origem a esta reportagem foi o processo nº 2846/1957, em que Rosita requereu à Prefeitura de Vitória o Prêmio de Mérito Cultural. O processo administrativo, preservado há 68 anos no Arquivo Público Municipal, reúne ofícios, recortes de jornais, com manchetes e fotografias, despachos e pareceres jurídicos que reconhecem o mérito histórico da aviadora e paraquedista, que compõem um dossiê de valor histórico e simbólico inestimável.

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Fontes:

Acervo do Arquivo Público Municipal de Vitória (Processos administrativos nºs 1.042/54, 3.619/55, 1.814/56, 5.319/55 e 2846/57); Wikipedia (Rosa Helena Schorling Albuquerque); A Gazeta, Vitória, ES, edições comemorativas de 2017; Fabrício Fernandes, “Rosa Helena Schorling, além da folha de vento”.

*Prefeitura de Vitória / Comunicação – Conteúdo

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Curiosidade & Conhecimento

Brasília tem o terceiro maior número de línguas indígenas faladas no Brasil

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Segundo o Censo Demográfico 2022, a população indígena residente no Distrito Federal é de 5.811 pessoas

Por Aline Gouveia* – Brasília / DF

No Distrito Federal, há 60 línguas indígenas faladas ou utilizadas por pessoas com dois anos ou mais. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (24/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as capitais brasileiras, Brasília se destacou com o terceiro maior número de línguas indígenas faladas em domicílios, sendo superada por Manaus (97) e São Paulo (77).

As duas línguas indígenas com maior número de falantes na capital federal são warao e guajajara, com 178 e 146 pessoas indígenas de dois anos ou mais, respectivamente. No Censo anterior, em 2010, o maior número de falantes era da língua kamayurá.

De acordo com os resultados do Censo Demográfico 2022, a população indígena residente no Distrito Federal é de 5.811 pessoas. Foram registradas 167 etnias, povos ou grupos indígenas residentes
no Distrito Federal, uma ampliação em relação a 2010, quando foram divulgadas 126 etnias ou povos.

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Entre as capitais brasileiras, Brasília se destacou com o quarto maior número de etnias (167) declaradas no Censo 2022, sendo superada por São Paulo (194), Manaus (186) e Rio de Janeiro (176).

Entre os dois últimos Censos houve alterações nas etnias mais populosas no Distrito Federal. Em 2010, a presença mais numerosa era dos guarani, já em 2022, os tenetehára se tornaram majoritários numericamente, com 269 pessoas indígenas; seguido pelos guajajara, com 267 pessoas indígenas. 

No Brasil

Ainda segundo o IBGE, em 2022, foram registradas um total de 295 línguas indígenas faladas ou utilizadas no domicílio por pessoas indígenas com dois anos ou mais. Entre 2010 e 2022 houve um aumento de falantes de línguas indígenas entre as pessoas com cinco anos ou mais de idade, passando de 293.853 para 433.980 falantes.

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*Correio Braziliense – Conteúdo

*Foto/Destaque: Crédito – Marcelo Camargo / Agência Brasil

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