Esforço de Campeão
Ultramaratonista de Vila Velha corre 246km e faz história na Grécia
Evento Esportivo

Carlos Gusmão, 45 anos, é o primeiro brasileiro a completar seis vezes a Spartathlon, tradicional ultramaratona entre Atenas e Esparta, na Grécia
Por Flávio Dias*
Imagina correr 246km seguidos, com pequenas pausas para ir ao banheiro e fazer algumas refeições? Acrescente aí uma dose de tensão, já que o relógio está correndo e você tem “somente” 36 horas para concluir esse percurso! Foi essa aventura que o capixaba Carlos Gusmão, 45 anos, encarou pela sexta vez na carreira.
O ultramaratonista de Vila Velha foi o melhor brasileiro da edição de 2024 da Spartathlon, uma ultramaratona de 246km de percurso realizada na Grécia, cheia de contexto histórico e que atrai corredores de longas distâncias do mundo todo.
O QUE É A SPARTATHLON
A Spartathlon é uma ultramaratona tradicional que recria a jornada de Pheidippides, um soldado ateniense que correu de Atenas a Esparta em 490 a.C. para pedir ajuda na Batalha de Maratona.
A prova é realizada desde 1983 e tem como características, além dos 246km de percurso, passagens por locais emblemáticos da Grécia antiga, como Coríntios, Nemea, Lyrkia, Nestani e Tégea.
O capixaba Carlos Gusmão é o único brasileiro a completar seis vezes a tradicional ultramaratona: 2014, 2015, 2016, 2018, 2022 e 2024.
MELHOR BRASILEIRO DA PROVA
Dez brasileiros largaram no dia 29 de setembro de Atenas, na Grécia, para a edição deste ano da Spartathlon. Somente quatro completaram a prova, sendo que Gusmão foi o melhor brasileiro da ultramaratona. Ele completou o percurso em 32h44min29.
Foi a segunda vez que o capixaba foi o primeiro do País a cruzar a linha de chegada. A outra foi em 2022, quando ele foi o melhor atleta latino-americano da prova, com 31h15min38.
“Ser o primeiro brasileiro a concluir esta prova me deixa muito orgulhoso e satisfeito com o trabalho realizado. Apesar de não ter concluído a prova no tempo que eu esperava, fiquei muito feliz com o resultado. Em 2022, eu havia sido não só o melhor atleta brasileiro, mas o melhor atleta latino-americano. E agora, em 2024, fui o melhor brasileiro e fiquei muito contente, pois a prova deste ano teve alto índice de abandono devido às condições climáticas da prova”, contou Gusmão, que enfrentou temperaturas de até 39ºC durante a prova.
PAUSAS CURTAS PARA IR AO BANHEIRO
Numa prova com mais de 30 horas de duração, como fazer quando aperta a vontade de ir ao banheiro?
Gusmão conta que a Spartathlon é uma prova de corrida ininterrupta, com prazo de 36 horas para que os corredores concluam o percurso de 246km, exatamente o mesmo que o soldado Pheidippides correu em 490 a.C., entre Atenas e Esparta. Porém, é possível fazer paradas curtas, programadas de forma a não atrasar demais os atletas.
“A prova é concluída sem paradas, apenas com pequenas pausas para ir três vezes ao banheiro e fazer pequenas refeições, como comer macarrão e batata cozidas, além de duas massagens rápidas na musculatura do quadríceps, que estava bastante prejudicada no final da prova”, explica o ultramaratonista.
Gusmão não calculou quantos quilos perdeu durante a corrida, mas mediu que foram gastas quase 20 mil calorias.
MAIS DO QUE UMA CORRIDA
O capixaba participa da Spartathlon desde 2017. Para chegar lá, precisa preencher uma série de requisitos, como ter concluído uma prova de 100km em menos de 10 horas ou ter corrido pelo menos 180km numa prova de 24 horas de duração.
Depois da sexta vez, ele garante que vai continuar se preparando para voltar sempre que puder à Grécia.
“O que me leva sempre de volta é a sensação de pertencimento, algo dentro de mim que não sei explicar, mas me diz que pertenço aquele lugar. Estar entre os melhores corredores de ultradistância do mundo, o desafio e a incerteza de que vou concluir me desafiam e me fazem querer voltar. Em todos os anos, no meio do caminho acho que não vou chegar e desta vez não foi diferente. Eu estava pra desistir, mas consegui seguir em frente e chegar até aos pés do Rio Leônidas”, conta Gusmão, que sente uma relação especial com a prova.
“A corrida para mim é muito mais que apenas correr, e sim viver uma experiência! E na Spartathlon você realmente vive uma experiência que testa todos os limites físicos e mentais dos atletas. Você tem que lidar com calor, com o frio à noite, com o sono, com uma montanha duríssima no terceiro terço da prova. E é uma prova em que você briga contra o relógio, pois os atletas tem somente 36horas para concluir os 246km. É preciso muito mais que vontade para concluir um desafio como este, você vai precisar entregar o seu melhor”.
PREPARAÇÃO PARA OS PRÓXIMOS DESAFIOS
Já de volta ao Espírito Santo — e aos treinos —, Carlos Gusmão já tem na cabeça também os próximos desafios. Na planilha de objetivos, está a edição de 2025 da Spartathlon, é claro.
“Vou seguir me desafiando na Spartathlon e quero entrar para um restrito grupo de atletas que conseguiram concluir 10 vezes a Spartathlon”, adianta Gusmão.
Mas existe também uma outra meta definida: chegar à seleção brasileira de provas de 24 horas de duração e de 100km.
“A Confederação Brasileira de Atletismo leva atletas para os Campeonatos Continentais e Mundiais de 24 horas e 100km. São as duas modalidades (de longas distâncias) que têm convocação para seleção. Vou buscar correr 225km em 24 horas numa prova de circuito e, quem sabe, conquistar uma vaga para seleção brasileira que vai disputar o Mundial em Albi, na França, em 2025”.
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* Fonte: Folha Vitória
*Fotos: Sparta Photografy Club

Evento Esportivo
Luna Hardman fecha com chave de ouro o ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro

Filha da pentacampeã mundial Neymara Carvalho, Luna vence a categoria profissional da última etapa feminina do Circuito Mundial
Por Flávio Dias* – Serra / ES
A capixaba Luna Hardman fechou com chave de ouro o ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro, a última etapa feminina do Circuito Mundial. No seu retorno às competições após cirurgia nos ombros, ela brilhou e venceu o evento realizado na praia de Jacaraípe, em Serra.
A competição reuniu bodyboarders de 10 países e definiu os títulos mundiais de 2025 nas categorias profissional, pro júnior e master.
Luna fez a final da categoria profissional e derrotou a gaúcha Joselani Amorim no final da manhã deste sábado (20) com 14,75 de somatório nas notas, contra 10,10 da adversária.
Retorno triunfante às competições
Luna Hardman operou os dois ombros em junho deste ano para corrigir uma frouxidão ligamentar que, com o impacto do esporte, levava a um deslocamento do ombro. Por causa disso, ficou fora da disputa pelas primeiras colocações no ranking mundial da temporada.
O retorno às competições aconteceu justamente no ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro, em Jacaraípe, competição idealizada e organizada pela sua mãe, a pentacampeã mundial Neymara Carvalho.
“É um sonho se tornando realidade. Foram meses difíceis, mas eu acreditei que eu voltaria a tempo do Wahine. Foi muita fisioterapia, muitas orações, eu só queria vir aqui e me divertir, pegar umas ondas. Mas aí eu fiz um 9, cheguei nas quartas de final, e vi que eu iria ganhar. Deu tudo certo”, comemorou Luna.
Bicampeã mundial da categoria júnior, a capixaba de 19 anos disputou sua primeira temporada exclusivamente na categoria profissional.
“Era minha meta para este ano ganhar uma etapa do Circuito Mundial e eu tinha riscado esta meta por conta da cirurgia. E agora alcancei a meta”.
Neymara curte momento de mãe-coruja
Semifinalista e organizadora do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro, Neymara Carvalho vibrou com a conquista da filha.
A “Pequena Notável” tinha a possibilidade de fazer a final contra a filha, porém, acabou eliminada na semifinal por Joselani Amorim. Luna, por sua vez, passou pela portuguesa Filipa Broeiro nas semifinais.
“Eu tô radiante. Foi extraordinário. Eu sonhei em ser campeã mundial e fui campeã mundial. Eu sonhei em realizar este evento, e realizei. Sonhei ser mãe e sou mãe. E agora sou mãe de campeã. Ela me falou que veio pra vencer este campeonato e ela mostrou que tinha capacidade pra isso desde a primeira onda”, elogiou Neymara.
Etapa decidiu o título mundial da temporada
O ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro decidiu também o título mundial da temporada 2025, que ficou com Alexandra Rinder.
Natural das Ilhas Canárias, ela compete pela Áustria e conquistou o título mundial na quarta-feira (17), com a eliminação da japonesa Namika Yamashita nas quartas de final. Foi o terceiro título mundial da bodyboarder, que havia vencido também em 2015 a 2016.
Confira as campeãs do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro:
- Profissional:Luna Hardman/BRA
- Master:Joselani Amorim/BRA
- Pro Júnior:Alice Teotonio/POR
- PCDs:Renata Bazone/BRA (deficientes visuais), Carla Cunha/BRA (amputadas) e Tiana Dantas/BRA (mastectomizadas)
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* Folha Vitória – Conteúdo
* Fotos: Divulgação / Wahine Bodyboarding
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