Polícia - Memória
Depois de 50 anos, irmão de Araceli fala sobre o crime que não puniu seus autores
GERAL
Após 50 anos do crime, a dor de Luiz Carlos Cabrera Crespo não é só pela morte da irmã, mas por tudo o que aconteceu antes, durante e depois da investigação
A trágica e comovente história da menina Araceli Cabrera Sanchez completa 50 anos na próxima quinta-feira (18). A criança tinha apenas 8 anos quando desapareceu em 18 de maio de 1973, em Vitória.
Meio século após o crime, o único irmão de Araceli, Luiz Carlos Cabrera Sanchez Crespo, que tinha 13 anos na época, falou pela primeira vez a uma equipe de reportagem. A matéria, exibida no programa Domingo Espetacular, da Record TV, no último domingo (14), traz detalhes sobre o que aconteceu com a menina.

No dia 18 de maio de 1973, Araceli saiu de sua casa, no Bairro de Fátima, na Serra, para ir à Escola São Pedro, onde estudava, na Praia do Suá, e nunca mais voltou.
Antes de sair para a escola, a mãe de Araceli, Lola Cabrera Sanchez, escreveu um bilhete para a professora pedindo que a menina fosse liberada um pouco mais cedo, para que ela pudesse pegar o ônibus que a traria de volta para casa.
Só que ao sair, a criança parou em um bar, que ficava a poucos minutos da escola. Uma testemunha que trabalhava no estabelecimento disse que Araceli perdeu o ônibus porque teria se distraído ao ficar brincando com um gato. Depois disso, ela não foi mais vista.
“A minha mãe estava na cozinha. Quando cheguei, entrei e achei que minha irmã já estava em casa. Minha mãe perguntou: ‘Cadê sua irmã?’. Eu disse que não sabia e ela disse que não tinha chegado”, contou o irmão, que diariamente ia com ela no ônibus, embora estudassem em escolas diferentes.
“Era só eu e ela. Ela tinha a mim e eu tinha a ela”, revela, emocionado, o irmão de Araceli, que mora no Canadá há mais de 20 anos.
A dor de Luiz Carlos não é só pela morte da irmã mais nova, mas por tudo o que aconteceu antes, durante e depois da investigação. Até a mãe deles, Lola, chegou a ser acusada de tráfico e investigada pelo crime.

“Se minha mãe fosse traficante, eu não teria percebido? Eu tinha 13 anos. A minha mãe não saia nem de casa. Até minha irmã desaparecer, tinha mais de 15 anos que ela não ia na Bolívia e falaram que era traficante. Como?”, desabafou Luiz Carlos.
O corpo de Araceli foi encontrado seis dias depois do desaparecimento, em um ponto de mata fechada, atrás do Hospital Infantil, em Vitória, por Ronaldo Monjardim, que na época era um adolescente de 15 anos.
“Eu calculo que a pessoa que trouxe o cadáver chegou em cima da pedra e jogou o corpo”, disse Monjardim, que se tornou policial e hoje tem 65 anos.
Corpo foi encontrado quase irreconhecível
A perícia da época concluiu que Araceli havia sido drogada, estuprada, assassinada, desfigurada e queimada. Na época, três pessoas foram apontadas como suspeitos pelo crime: Dante de Brito Michelini, o filho Dante de Barros Michelini, o Dantinho, e Paulo Helal.
Na época, a Justiça chegou a acusar a mãe de Araceli, Lola Cabrera Sanchez, por envolvimento no crime. Além de desvios nas acusações, mais de 300 pessoas foram ouvidas ao longo das investigações, gerando 7 mil páginas no processo e por sete anos.

Ao longo do período, testemunhas que poderiam ser cruciais para solucionar o crime morreram. Algumas delas, inclusive, em circunstâncias misteriosas. Na época, pelo menos 14 pessoas morreram ou foram assassinadas.
Adolescente que encontrou o corpo sofreu atentado
Ronaldo Monjardim, que encontrou o corpo da menina, conta que sofreu um atentado na época das investigações, quando caminhava pela rua, em Vitória.
“Tentaram me atropelar e vi que a coisa era bem séria. Estava mexendo com pessoas muito importantes e com capacidade para fazer coisas inimagináveis”, disse.

Justiça e sentenças
Em 1980, a Justiça decretou 18 anos de prisão para Dantinho e Paulo. Já o pai, Dante de Brito Michelini, foi condenado a 5 anos por cumplicidade. No entanto, apesar disso, a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Em 1991, 18 anos depois da morte de Araceli, numa nova sentença de 747 páginas, o juiz absolveu os três acusados por falta de provas e até hoje ninguém jamais foi responsabilizado pela morte da menina.
“Quem tem coragem de pegar uma criatura dessa e fazer uma malvadeza? Eu não entendo!”, desabafa, emocionado, o irmão de Araceli.
Os acusados pelo crime nunca falaram nada publicamente. Dante de Brito já é falecido. O filho dele e o outro acusado foram procurados, mas não foram localizados.
Araceli virou símbolo de luta
Nesta história sem Justiça para a menina assassinada, um erro foi descoberto: a identidade de Araceli. O Domingo Espetacular teve acesso à certidão de nascimento em que consta o nome correto da menina: Araceli Cabrera Sanchez, e não Araceli Cabrera Crespo, como a imprensa sempre divulgou.
Atualmente, Araceli Cabrera Crespo dá nome à rua onde morava com a família. O Jardim de Araceli, em Jardim Camburi, na capital capixaba, também é uma homenagem à menina. Ironicamente, ele fica exatamente no final da Avenida que leva o nome de Dante Michelini.
Por conta da morte de Araceli, o dia 18 de maio é instituído como o Dia de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescente. Araceli também é símbolo da luta contra a impunidade.
- Informações Rede Record – FV
- Fotos: Reprodução
GERAL
Justiça decreta falência do Grupo Oi
Apesar da decisão, operadora continuará funcionando provisoriamente para garantir a manutenção de serviços essenciais de telecomunicações no país; dívidas e esgotamento de caixa levaram à insolvência
A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta segunda-feira (10), a falência do Grupo Oi, uma das maiores operadoras de telecomunicações do Brasil. A decisão, proferida pela 7ª Vara Empresarial, reconhece que a companhia não tem mais capacidade de honrar seus compromissos financeiros, culminando em um estado de insolvência após anos de crise e uma segunda tentativa de recuperação judicial.
O pedido de falência partiu do próprio administrador judicial da empresa, Bruno Rezende, que apontou a impossibilidade de pagamento das dívidas e o descumprimento do plano de recuperação em vigor. Em sua decisão, a juíza Simone Gastesi Chevrand foi afirmou que “a Oi é tecnicamente falida”, destacando o “caos financeiro” e o esgotamento dos recursos da companhia, situação conhecida legalmente como “liquidação substancial”.
Apesar da falência, os serviços prestados pela Oi não serão interrompidos imediatamente. A Justiça autorizou a continuação provisória das atividades para assegurar a conectividade de milhões de brasileiros e de serviços estratégicos. A Oi é responsável pela infraestrutura de comunicação de números de emergência, como polícia e bombeiros, além de ser a única operadora presente em aproximadamente sete mil localidades do Brasil e manter cerca de 4,6 mil contratos com todas as esferas de governo.
Como consequência imediata da decisão, toda a diretoria e o Conselho de Administração da empresa foram afastados. O administrador judicial, Bruno Rezende, assumirá a gestão da companhia. Além disso, todas as ações e processos de execução contra a Oi foram suspensos, e uma nova assembleia será convocada para que os credores possam se organizar.
A crise da operadora se arrastava há mais de uma década, agravada após as fusões com a Brasil Telecom (BrT) e a Portugal Telecom. Mesmo após vender ativos importantes nos últimos anos, como suas operações de telefonia móvel e fibra óptica, a empresa não conseguiu reverter o quadro financeiro. As dívidas fora do processo de recuperação judicial já somavam R$ 1,7 bilhão em outubro, um indicativo da grave situação de caixa que tornou a continuidade da operação, nos moldes atuais, insustentável.
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* Informação de agências
* Foto/Destaque: Reprodução / Internet
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