Gestão Reconhecida
Vitória é a segunda capital do Brasil em alfabetização, de acordo com MEC
CIDADES
Por José Carlos Schaeffer* – Vitória/ES
Vitória conquistou a 2ª colocação entre as capitais brasileiras no Indicador Criança Alfabetizada, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Ministério da Educação (MEC). O estudo mediu o percentual de crianças alfabetizadas até os 7 anos em 2024. O índice de Vitória atingiu 73,2%, um aumento de 7,3% em relação a 2023. Com o resultado, Vitória atingiu as metas definidas pelo MEC para 2024 (68,1%), 2025 (70,3%) e 2026 (72,5%). O índice também aponta um salto significativo em relação ao ano de 2021, quando o percentual de Vitória era de apenas 28%. Naquele ano, o município ocupava a 12ª posição entre as 26 capitais.

Com os novos dados, Vitória ficou atrás apenas de Fortaleza (74,81%) e se consolidou como o melhor desempenho da Região Sudeste, superando Belo Horizonte (68,58%), Rio de Janeiro (63,75%) e São Paulo (48,25%). Além disso, o índice de Vitória superou a média nacional (59,2%) e estadual (71,7%).
No Espírito Santo, a capital capixaba também obteve o melhor resultado entre os municípios com mais de 2 mil estudantes avaliados na faixa etária até 7 anos. O índice de 73,2% foi maior que o de Vila Velha (67,75%), Cariacica (64,57%), e Serra (57,12%).
A secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner, comemorou o resultado e falou sobre o trabalho realizado na rede municipal. “A alfabetização das nossas crianças é prioridade absoluta, mas não qualquer alfabetização: é aquela que alcança todas as crianças, em todos os territórios da cidade. Esse salto no índice nacional mostra que estamos reduzindo desigualdades históricas e garantindo que a aprendizagem chegue com qualidade também às áreas mais vulneráveis. Vitória está construindo uma política pública baseada em evidências, com diálogo com a rede e foco na equidade. O resultado que comemoramos é fruto do trabalho coletivo de professores, gestores e equipes comprometidas com o direito de aprender de cada criança”, afirmou.
Aprendizagem
O resultado reflete uma série de ações estratégicas implementadas pela Secretaria Municipal de Educação (Seme), que vêm fortalecendo a política de alfabetização na rede pública de ensino. Entre elas está o programa Educar para Vitória, um projeto que auxilia estudantes com dificuldade de aprendizagem no Ensino Fundamental, garantindo a redução da defasagem idade/ano e da evasão escolar. A formação tem o objetivo de ampliar ainda mais as discussões pedagógicas acerca dos processos de ensino, a partir do desenvolvimento de práticas didáticas e dos sujeitos que podem contribuir nesta importante ação, garantindo o direito de aprendizagem a todos os estudantes.

Destaca-se também o programa Avaliar Vitória, que permite identificar os avanços e desafios da aprendizagem dos estudantes, possibilitando intervenções pedagógicas mais adequadas para cada etapa do processo de alfabetização. A iniciativa aplica, trimestralmente, avaliações de Língua Portuguesa do 1º ao 9º ano, além de avaliações de fluência em leitura do 1º ao 5º ano.
A formação continuada de professores e gestores escolares é outro eixo fundamental da política educacional da capital. Educadores recebem suporte e bolsas para cursos de qualificação, tanto dentro quanto fora do horário de trabalho, o que amplia o repertório pedagógico e contribui para práticas mais eficazes em sala de aula.
Infraestrutura
Desde 2021, todas as 104 unidades da rede municipal passaram por reformas e melhorias estruturais. Nesse período, foram entregues quatro novas sedes escolares: a Emef TI Paulo Reglus Neves Freire, no bairro Inhanguetá, o Cmei TI Rubens José Vervloet Gomes, em Jardim Camburi, o Cmei TI Jacy Alves Fraga, em Tabuazeiro, e a Emef TI Paulo Roberto Vieira Gomes, no bairro São Benedito. Mais duas unidades serão entregues em breve: a Emef TI Ronaldo Soares, em Resistência, e o Cmei TI Sebastião Perovano, no bairro Jabour.
Tempo integral

A expansão da educação em tempo integral também tem sido um diferencial. Quando a atual gestão assumiu, Vitória contava com apenas quatro unidades nessa modalidade. Em 2025, a capital contará com 41 escolas em tempo integral, após a regulamentação por lei da oferta desse modelo nos Cmeis.
Outro destaque é o investimento em tecnologia educacional. Por meio do programa Conecta Vix, a Prefeitura destinou mais de R$ 80 milhões para a digitalização das escolas, com a modernização da estrutura em toda rede, com a aquisição de 3 mil computadores desktop para as escolas e mais de 4 mil notebooks para os professores da rede.
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* Prefeitura de Vitória / Comunicação – Conteúdo
* Fotos: Divulgação / PMV
CIDADES
Prainha, Porto das Lanchas e Largo da Conceição: a história preservada no Arquivo Municipal
Por Edlamara Conti* – Vitória / ES
Quantos capixabas sabem onde ficam a Prainha, o Porto das Lanchas e o Largo da Conceição? Esses foram os primeiros nomes da Praça Costa Pereira, um dos principais sítios históricos de Vitória. Do tempo em que era a antiga Prainha, no período colonial; recebendo aterros e práticas religiosas no final do século XIX; passando pela modernização, como centro da vida cultural e econômica no século XX; até a configuração atual, a praça sintetiza mais de dois séculos de transformações urbanas e sociais da capital.
Esses fatos marcantes da história estão registrados em documentos, como ordens de serviço e contratações, fotografias e projetos arquitetônicos, que integram o acervo do Arquivo Público Municipal. A coleção apresenta croquis da reforma da Praça Costa Pereira na década de 1920, pelo paisagista Paulo Rodrigues Teixeira da Motta, fotos do antigo Theatro Melpômene e da construção do Theatro Carlos Gomes – ícones da cultura capixaba da época.
Da Prainha ao Largo da Conceição
No século XVIII, na área onde, atualmente, fica a Praça Costa Pereira, havia uma pequena enseada, conhecida como Prainha. Pequenos barcos de pesca e de outras mercadorias atracavam no local, que também era conhecido como Porto das Lanchas.
Em 1755, foi construída a Igreja Nossa Senhora da Conceição da Prainha e o pátio da frente deu origem ao Largo da Conceição. Naquela Villa de Victoria, colonial, o largo tornou-se o espaço de convivência e religiosidade, que reunia pescadores, moradores humildes e escravizados em procissões, folias, atividades circenses e brincadeiras infantis.
Acontece que a antiga Prainha recebia as águas da Fonte Grande e de outras nascentes do Centro. Nas marés cheias, o Largo e todo o entorno eram sujeitos a alagamentos, de forma que pequenos aterros já eram feitos para conter as ‘invasões’.
No governo de Muniz Freire (1892-1896), o Largo da Conceição foi ampliado, recebeu aterro e foi transformado em um jardim urbano. Com o advento da República, surgem novos planos para a cidade e a igreja de Nossa Senhora da Conceição foi demolida, em 1895, para a construção do Theatro Melpômene.
Coração cultural e econômico
O Theatro Melpômene, inaugurado em 1896, destacava-se por sua arquitetura – todo construído em madeira – e representou o início da modernização urbana de Vitória. Foi o primeiro a sediar uma sessão pública de cinema na capital. Neste mesmo ano, o espaço popular recebeu o nome de Largo Costa Pereira e se transformou no coração da vida cultural, voltada para a elite.
O espaço oferecia pequenos espetáculos, cafés, jogos e reunia personagens da política e pessoas das classes mais abastadas. Em 1922, um projeto do paisagista Paulo Motta reformulou o jardim, que recebeu árvores, coreto, canteiros e iluminação, e passou a representar o novo espírito que se pretendia imprimir à capital capixaba: próspera, bonita e moderna.
A reforma foi conduzida pelo engenheiro Moacir Avidos, filho do governador Florentino Avidos. O jardim passou a se chamar Praça da Independência, em homenagem ao centenário da Proclamação, por Dom Pedro I.

Planta de Vitória por Andre Carloni, mostrabndo a Prainha. Data> 1885 – Arquivo Público Municipal
Foi durante a exibição de um filme, em 1924, que ocorreu um incêndio no Theatro Melpômene, causando mortes e dezenas de pessoas feridas. O Theatro foi demolido para a abertura da Rua do Reguinho, atual Rua Sete de Setembro. A vocação cultural da região foi confirmada com a construção do Theatro Carlos Gomes, pelo arquiteto italiano André Carloni. O novo teatro foi inaugurado em 1927.
Novas intervenções foram feitas na praça, que foi ampliada. Passados esses anos, o nome Praça da Independência ainda não era popular. Então, em 1928, o governador Florentino Avidos deu ao espaço o nome atual: Praça Costa Pereira.
Cultura, arquitetura e footing
Nos anos 1930, a praça se consolidou como ponto de encontro da sociedade capixaba. Era o local perfeito para a prática do footing – caminhadas leves feitas pelos jovens, muitas vezes com o intuito de paquerar, de encontrar um par. As famílias moradoras do Centro “desfilavam”, passeavam, contemplavam, namoravam, faziam compras e se recreavam na praça adornada.

O Theatro Glória, inaugurado em 1932, se destacou no cenário. A vida cultural fluía naquele espaço, com eventos carnavalescos, com apresentações da Banda da Polícia Militar. A cidade crescia rapidamente e, a esta altura, a praça já era servida pelo bonde. A arquitetura eclética das construções ao redor, como o Hotel Europa (1928), o Banco Hipotecário, contribuíam para criar o ambiente de imponência e sofisticação do local.
A construção do Edifício Antenor Guimarães, em 1936, é um marco da verticalização do entorno da praça. Com sete pavimentos, todo em concreto armado, o prédio apresenta elementos da arquitetura moderna. Logo depois vieram edificações modernas, como o Edifício do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI), seguido do edifício Palácio do Café, com a sede do Clube Álvares Cabral, na década de 1950.

Quiosque da Praça da Independência. Década de 1920
Os teatros, os edifícios históricos e a movimentação de moradores e de clientes do comércio e dos serviços do entorno continuam a contar a história de uma cidade em constante movimento. Novos projetos paisagísticos foram realizados e as transformações sociais e econômicas do entorno refletem novas dinâmicas urbanas. A atual Praça Costa Pereira, com seus usos populares, mantém-se como espaço de convivência e cultura e em seu entorno estão importantes monumentos históricos.
Quem foi Costa Pereira?
José Fernandes da Costa Pereira (1833-1889) foi presidente (corresponde ao cargo de governador, atualmente) da Província do Espírito Santo de 1861 a 1863, tendo presidido as províncias do Ceará, São Paulo e do Rio Grande do Sul. Foi conselheiro do Império e foi ele quem garantiu verbas para a colonização germânica e italiana em solo capixaba, impactando diretamente na fundação de Santa Isabel, Santa Teresa, Alfredo Chaves e Rio Novo. Foi abolicionista e é patrono da cadeira nº 7 da Academia Espírito-Santense de Letras.
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* Prefeitura de Vitória / Comunicação – Conteúdo
* Fotos: Arquivo Público Municipal
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