Política Nacional
Governo amarga dura derrota no Congresso com derrubada do IOF
POLÍTICA & GOVERNO
Em votação acelerada, Senado e Câmara dos Deputados aprovam projeto que anula decreto do Executivo sobre aumento do IOF
Por Danandra Rocha e Wal Lima* – Brasília/DF
O Congresso impôs dupla derrota ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por 383 votos contra 98, a Câmara aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 214/2025 que anula o Decreto Federal nº 12.466/2025, responsável por aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em seguida, o texto foi apreciado pelo Senado, onde também foi aprovado por votação simbólica, seguindo orientação do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP). Agora, vai para a promulgação. O Planalto avalia judicializar o caso.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que, com a derrubada do decreto, o governo federal terá de contingenciar cerca de R$ 12 bilhões no Orçamento ainda neste ano, afetando diretamente áreas sociais. “Isso vai significar corte no Minha Casa Minha Vida, na educação, na saúde. O governo fez um esforço de contingenciar R$ 30 bilhões, sendo R$ 20 bi cobertos com o IOF. Sem isso, não há alternativa a não ser cortar mais”, alertou.
Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), reclamou que a Casa não cumpriu os acordos firmados e protestou contra a pressa para a apreciação do texto. “Registro minha insatisfação com a votação tão acelerada dessa matéria.”
Mesmo partidos que compõem a base governista votaram a favor da revogação do decreto presidencial. Representando o União Brasil, o deputado Pauderney Avelino (AM), vice-líder do partido, disse que apesar da votação da legenda “não era contra o governo, mas a favor do povo”, e criticou o impacto do decreto sobre a população.
Segundo o relator da proposta, deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), a estimativa de arrecadação com o IOF era de R$ 61 bilhões em dois anos — R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. “Ao avançarmos no mérito, ressoa evidente que a intenção motriz das alterações infralegais promovidas pelo governo federal se escora em interesses essencialmente arrecadatórios”, destacou. “É oportuno relembrar que a majoração do IOF se desenrolou em capítulos subsequentes, iniciados pelo Decreto nº 12.466, de 22 de maio de 2025, e ajustados pelo Decreto nº 12.467, de 23 de maio. […] A cobrança de tributos pelo Estado, embora necessária para a estruturação e prestação dos serviços públicos, representa uma forma de agressão ao patrimônio e à liberdade dos indivíduos”, afirmou o relator.
Antes da votação na Câmara, após a base governista tentar barrar a análise da proposta com dois requerimentos — ambos rejeitados —, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), reagiu. Para ele, a aprovação do PDL “não representa uma derrota do governo Lula, mas, sim uma derrota do Brasil”.
“Existe um discurso falacioso e mentiroso de que o governo é gastador e cobrador de impostos, mas isso não é verdade. Se há um governo que teve responsabilidade fiscal nos últimos dois anos, é o governo do presidente Lula, que não promoveu nenhuma gastança como o anterior. Portanto, o IOF não é para taxar os mais pobres. É, antes de tudo, cobrar dos sonegadores”, argumentou Guimarães.
A votação pelo Congresso, segundo a base governista, foi de “surpresa”, após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautar a matéria por meio de uma postagem no X, às 23h35 da última terça-feira. Já a oposição afirma que a pauta estava prevista desde a semana passada, após comunicado em reunião com líderes da Casa.
O episódio gerou embate entre os líderes do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), que defenderam seus pontos de vista. Para Lindbergh, a votação “pegou a todos de surpresa” e não “houve diálogo” sobre a movimentação.
Ele questionou o fato de o relator do projeto ser o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), membro da oposição, ter sido o escolhido, e encarou como “provocação” por parte da oposição: “Designar um bolsonarista histriônico para relatar essa matéria é uma provocação infantil. Mostra que não há espaço para diálogo”.
Prejuízo
Horas antes da votação, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, alertou para o impacto da derrubada do decreto nas contas públicas, prejudicando até os parlamentares.
“A derrubada dessa medida exigiria novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento, prejudicando programas sociais e investimentos importantes para o país, afetando, inclusive a execução das emendas parlamentares. É hora de pensar primeiro no país, que precisa continuar crescendo e buscando justiça social e tributária”, escreveu Gleisi.
Ela divulgou uma nota detalhando os impactos da derrubada. Segundo ressaltou, a decisão do Congresso vai reduzir a receita de 2025 em R$ 10 bilhões, e a de 2026 em até R$ 30 bilhões, colocando em risco o cumprimento da meta de resultado primário nos dois anos.
O valor de R$ 10 bilhões terá que ser bloqueado do Orçamento atual e pode paralisar programas como o Auxílio Gás, Assistência Social, Minha Casa Minha Vida, Pé-de-Meia, entre outros. Já sobre as emendas, Gleisi afirmou que terão que ser contingenciados mais R$ 2,7 bilhões em 2025, e R$ 7,1 bilhões em 2026, ano eleitoral.
De manhã, Gleisi recebeu líderes do Congresso para discutir a situação e tentar evitar a derrota.
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* Correio Braziliense – Conteúdo
* Foto/Destaque: Plenário do Senado / crédito: Bruno Spada – Câmara dos Deputados
POLÍTICA & GOVERNO
Obras do Ciase, em Jardim Camburi, já estão 50% concluídas
Por Marcus Monteiro* – Vitória / ES
As obras do Centro Integrado de Assistência Social e Esportes (Ciase), em Jardim Camburi, chegaram à marca de 50% de execução. O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, visitou o canteiro nesta terça-feira (4) para acompanhar de perto o andamento dos trabalhos.
O novo equipamento vai reunir, em um único espaço, serviços da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) e da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semesp), ampliando o atendimento à população, especialmente à pessoa idosa.

Com investimento de R$ 17,4 milhões, o Ciase está sendo construído na Rua Esther Oliveira Galveas Serafim. O projeto prevê uma estrutura moderna e acessível, com três pavimentos, 1.797,17 m² de área construída, piscina aquecida e estacionamento.
A engenheira responsável pela obra, Luciana Ferreira durante a visita, destacou o bom ritmo das intervenções. “A estrutura já está com todo o reboco concluído, a cerâmica das paredes assentada e o porcelanato do último pavimento praticamente pronto. O elevador já chegou e começa a ser instalado. Estamos fazendo a cobertura da piscina, que será aquecida. As instalações hidráulicas, elétricas, de ar-condicionado e o sistema de energia fotovoltaica também estão bem adiantados”, informou.
Espaço integrado e moderno
O novo Centro Integrado contará com o Centro de Convivência da Terceira Idade (CCTI), núcleos do CRAS e do Creas, além de espaços para a Semesp, que oferecerá atividades como hidroginástica, natação, yoga e dança.
Durante a visita, a secretária de Assistência Social, Soraya Mannato, ressaltou o caráter integrado do projeto.”Aqui em Jardim Camburi teremos duas secretarias trabalhando juntas – a da Assistência Social e a do Esporte – oferecendo o melhor para a nossa terceira idade. É um trabalho com compromisso e responsabilidade, feito com união e empatia. Este equipamento vai mudar vidas, cuidando de todos que precisam”, afirmou.
O vereador Maurício Leite destacou a importância da integração dos serviços para fortalecer o atendimento à comunidade. “O CCTI passa a ser parte de um grande conjunto de serviços que vai ajudar não só Jardim Camburi, mas toda a cidade. Essa integração é fundamental para ampliar o alcance das políticas públicas”.
O vereador Bruno Malias, morador do bairro, ressaltou o avanço da obra. “Hoje o CCTI funciona em uma casa alugada, adaptada, que já não comporta todas as atividades. O novo espaço é uma conquista para os moradores e para as mulheres que participam das aulas e ações da Assistência Social. É muito bom ver o bairro crescendo com união e planejamento”, destacou.
Participação da comunidade
Durante o encontro, representantes da comunidade também agradeceram pelos investimentos. Tuca Cruz, presidente da Associação de Moradores de Jardim Camburi, ressaltou o impacto social da obra. “Essa é uma conquista muito importante para todos nós, especialmente para os idosos que tanto fizeram pelo nosso bairro. Um dia todos nós chegaremos a essa fase e é bom saber que teremos um espaço acolhedor, feito com carinho”.

Durante a visita, o prefeito Lorenzo Pazolini reforçou o compromisso da Prefeitura com a entrega de equipamentos públicos planejados e integrados. “A Prefeitura sozinha não consegue cuidar de tudo. Por isso, precisamos muito do apoio da Câmara e da sociedade civil. São vocês que nos ajudam a identificar desafios e soluções. Hoje, com mais de 50% da obra concluída, estamos vendo o resultado desse trabalho conjunto. O atual CCTI funciona em uma casa adaptada e alugada; aqui, teremos uma estrutura planejada, moderna e pensada junto com os usuários. É um sonho que está se tornando realidade”, afirmou o prefeito.
Estrutura sustentável
O Ciase contará com itens de sustentabilidade, como lâmpadas de LED, torneiras com arejadores e redutores de vazão para economia de água. O estacionamento terá 17 vagas para veículos, incluindo espaços reservados para pessoas com deficiência, idosos, bicicletas e motocicletas.
Com a conclusão das obras, o novo Centro Integrado de Assistência Social e Esportes se tornará um marco para Jardim Camburi, fortalecendo o atendimento à comunidade e oferecendo mais qualidade de vida, integração e bem-estar aos moradores.
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* Prefeitura de Vitória / Comunicação – Conteúdo
* Fotos: Crédito – Marcos Salles / PMV
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