VITÓRIA
Pesquisar
Close this search box.

Transporte Urbano

Estudantes e servidores da UFES-São Mateus reclamam de atraso de ônibus

Publicados

CIDADES

São Mateus / ES – Do Correspondente

A Viação São Gabriel, empresa concessionária do transporte urbano de São Mateus, voltou à pauta sendo questionada por seguir prestando serviços ineficientes aos seus usuários. Agora são os estudantes universitários e servidores da Universidade Federal do Espírito Santo, no campus de São Mateus, localizado no bairro Litorâneo que denunciam essa situação.

Nesta segunda-feira (04), na sessão da Câmara Municipal, o vice-presidente do Centro Acadêmico da Agronomia, da UFES-São Mateus, Samuel Dal-Bó Sabaini, subiu à tribuna daquela Casa de Leis para denunciar os prejuízos causados pela empresa aos universitário e servidores que utilizam os ônibus para chegarem à universidade. Ele disse que é recorrente atraso nos horários, o que tem como consequência a perda das primeiras aulas para quem estuda no período matutino. “Prejudica estudantes e servidores, inclusive professores que usam o transporte coletivo”, pontuou.

Na oportunidade, o vice-presidente do Centro Acadêmico da Agronomia apresentou um documento com 177 assinaturas de estudantes e servidores da UFES-São Mateus como forma de respaldar sua fala e sustentar como realidade a sua reclamação.

Leia Também:  Saúde do homem: grupo terapêutico é destaque na UBS de Jardim Camburi

Como se isso não bastasse, os ônibus trafegam superlotados, com manutenção precária, colocando em risco a segurança dos passageiros. São pouco ônibus na linha, mesmo nos horários de pico, conforme reclamou Samuel Sabaini solicitando uma solução para o problema, incluindo a ação dos vereadores.

A vereadora Isamara da Farmácia (União Brasil), que presidiu a CPI da Viação São Gabriel ano passado, assumiu o compromisso de levar ao prefeito Marcus Batista (Podemos) as reclamações dos estudantes e que – acredita – haverá uma solução para o problema.

Essas reclamações não são apenas dos estudantes e servidores da universidade, são também dos estudantes do Ifes e dos moradores do bairro Litorâneo.

A reportagem do Pauta 1 entrou em contato com a empresa, que respondeu, através do seu gerente de tráfego, Ângelo, que disse não ter recebido nenhuma demanda dessa linha. “Confesso que não tenho tido reclamação dessa linha há bastante tempo”, pontuou. “Mas, vou dar uma conferida no GPS dos ônibus que atendem essa linha”, prometeu o gerente.

Leia Também:  São Mateus, um município sendo destruído pela atual administração de um gestor irresponsável

A Viação São Gabriel deverá renovar a sua frota com aquisição de novos ônibus no segundo semestre, para ser usada no transporte urbano de São Mateus. Esse compromisso foi celebrado em reunião recente com o prefeito Marcus Batista (Podemos). A empresa também vai recuperar os abrigos dos pontos de ônibus e também divulgar o pontos turístico da cidade em seus ônibus e em placas nos pontos.

________________________________________

  • Foto/Destaque: Reprodução / Redes Sociais
COMENTE ABAIXO:
Propaganda

CIDADES

Prainha, Porto das Lanchas e Largo da Conceição: a história preservada no Arquivo Municipal

Publicados

em

Por Edlamara Conti* – Vitória / ES

Quantos capixabas sabem onde ficam a Prainha, o Porto das Lanchas e o Largo da Conceição? Esses foram os primeiros nomes da Praça Costa Pereira, um dos principais sítios históricos de Vitória. Do tempo em que era a antiga Prainha, no período colonial; recebendo aterros e práticas religiosas no final do século XIX; passando pela modernização, como centro da vida cultural e econômica no século XX; até a configuração atual, a praça sintetiza mais de dois séculos de transformações urbanas e sociais da capital.

Esses fatos marcantes da história estão registrados em documentos, como ordens de serviço e contratações, fotografias e projetos arquitetônicos, que integram o acervo do Arquivo Público Municipal. A coleção apresenta croquis da reforma da Praça Costa Pereira na década de 1920, pelo paisagista Paulo Rodrigues Teixeira da Motta, fotos do antigo Theatro Melpômene e da construção do Theatro Carlos Gomes – ícones da cultura capixaba da época.

Da Prainha ao Largo da Conceição

No século XVIII, na área onde, atualmente, fica a Praça Costa Pereira, havia uma pequena enseada, conhecida como Prainha. Pequenos barcos de pesca e de outras mercadorias atracavam no local, que também era conhecido como Porto das Lanchas.

Em 1755, foi construída a Igreja Nossa Senhora da Conceição da Prainha e o pátio da frente deu origem ao Largo da Conceição. Naquela Villa de Victoria, colonial, o largo tornou-se o espaço de convivência e religiosidade, que reunia pescadores, moradores humildes e escravizados em procissões, folias, atividades circenses e brincadeiras infantis.

Acontece que a antiga Prainha recebia as águas da Fonte Grande e de outras nascentes do Centro. Nas marés cheias, o Largo e todo o entorno eram sujeitos a alagamentos, de forma que pequenos aterros já eram feitos para conter as ‘invasões’.

No governo de Muniz Freire (1892-1896), o Largo da Conceição foi ampliado, recebeu aterro e foi transformado em um jardim urbano. Com o advento da República, surgem novos planos para a cidade e a igreja de Nossa Senhora da Conceição foi demolida, em 1895, para a construção do Theatro Melpômene.

Leia Também:  Governo do Estado vai inaugurar a Ciclovia da Terceira Ponte

Coração cultural e econômico

O Theatro Melpômene, inaugurado em 1896, destacava-se por sua arquitetura – todo construído em madeira – e representou o início da modernização urbana de Vitória. Foi o primeiro a sediar uma sessão pública de cinema na capital. Neste mesmo ano, o espaço popular recebeu o nome de Largo Costa Pereira e se transformou no coração da vida cultural, voltada para a elite.

O espaço oferecia pequenos espetáculos, cafés, jogos e reunia personagens da política e pessoas das classes mais abastadas. Em 1922, um projeto do paisagista Paulo Motta reformulou o jardim, que recebeu árvores, coreto, canteiros e iluminação, e passou a representar o novo espírito que se pretendia imprimir à capital capixaba: próspera, bonita e moderna.

A reforma foi conduzida pelo engenheiro Moacir Avidos, filho do governador Florentino Avidos. O jardim passou a se chamar Praça da Independência, em homenagem ao centenário da Proclamação, por Dom Pedro I.

Planta de Vitória por Andre Carloni, mostrabndo a Prainha. Data> 1885

Planta de Vitória por Andre Carloni, mostrabndo a Prainha. Data> 1885 – Arquivo Público Municipal

Foi durante a exibição de um filme, em 1924, que ocorreu um incêndio no Theatro Melpômene, causando mortes e dezenas de pessoas feridas. O Theatro foi demolido para a abertura da Rua do Reguinho, atual Rua Sete de Setembro. A vocação cultural da região foi confirmada com a construção do Theatro Carlos Gomes, pelo arquiteto italiano André Carloni. O novo teatro foi inaugurado em 1927.

Novas intervenções foram feitas na praça, que foi ampliada. Passados esses anos, o nome Praça da Independência ainda não era popular. Então, em 1928, o governador Florentino Avidos deu ao espaço o nome atual: Praça Costa Pereira.

Cultura, arquitetura e footing

Nos anos 1930, a praça se consolidou como ponto de encontro da sociedade capixaba. Era o local perfeito para a prática do footing – caminhadas leves feitas pelos jovens, muitas vezes com o intuito de paquerar, de encontrar um par. As famílias moradoras do Centro “desfilavam”, passeavam, contemplavam, namoravam, faziam compras e se recreavam na praça adornada.

Leia Também:  Saúde do homem: grupo terapêutico é destaque na UBS de Jardim Camburi

O Theatro Glória, inaugurado em 1932, se destacou no cenário. A vida cultural fluía naquele espaço, com eventos carnavalescos, com apresentações da Banda da Polícia Militar. A cidade crescia rapidamente e, a esta altura, a praça já era servida pelo bonde. A arquitetura eclética das construções ao redor, como o Hotel Europa (1928), o Banco Hipotecário, contribuíam para criar o ambiente de imponência e sofisticação do local.

A construção do Edifício Antenor Guimarães, em 1936, é um marco da verticalização do entorno da praça. Com sete pavimentos, todo em concreto armado, o prédio apresenta elementos da arquitetura moderna. Logo depois vieram edificações modernas, como o Edifício do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI), seguido do edifício Palácio do Café, com a sede do Clube Álvares Cabral, na década de 1950.

Quiosque da Praça da Independência. Década de 1920

Quiosque da Praça da Independência. Década de 1920

Os teatros, os edifícios históricos e a movimentação de moradores e de clientes do comércio e dos serviços do entorno continuam a contar a história de uma cidade em constante movimento. Novos projetos paisagísticos foram realizados e as transformações sociais e econômicas do entorno refletem novas dinâmicas urbanas. A atual Praça Costa Pereira, com seus usos populares, mantém-se como espaço de convivência e cultura e em seu entorno estão importantes monumentos históricos.

Quem foi Costa Pereira?

José Fernandes da Costa Pereira (1833-1889) foi presidente (corresponde ao cargo de governador, atualmente) da Província do Espírito Santo de 1861 a 1863, tendo presidido as províncias do Ceará, São Paulo e do Rio Grande do Sul. Foi conselheiro do Império e foi ele quem garantiu verbas para a colonização germânica e italiana em solo capixaba, impactando diretamente na fundação de Santa Isabel, Santa Teresa, Alfredo Chaves e Rio Novo. Foi abolicionista e é patrono da cadeira nº 7 da Academia Espírito-Santense de Letras.

___________________________

* Prefeitura de Vitória / Comunicação – Conteúdo

* Fotos: Arquivo Público Municipal

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

GERAL

POLÍTICA & GOVERNO

CIDADES

TURISMO

MAIS LIDAS DA SEMANA