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Coluna / Opinião

Bloco de Notas – 1ª edição de janeiro

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OPINIÃO

Bloco de Notas / Paulo Roberto Borges

Ano Novo, vida nova?

Pelo menos é o que todos desejamos para nós, para o próximo e para o nosso País. A depender desse governo que tem sede lá em Brasília, nem sempre temos a certeza de que algo melhor possa nos acontecer.

Não seria a hora dessa gente que “supostamente” tem o poder de recomeçar, de mente aberta, livre do ódio e passar a serem propositivas, menos arrogantes e se juntarem em uma grande corrente para retirar o Brasil desse atoleiro?

Infelizmente isso é utopia. Não temos líderes com essa grandeza. Temos pessoas que, por uma ação ou outra, galgou um patamar mais destacado do que outras. Não que sejam melhores, mas – no cenário político – mais espertas.

São Mateus e suas intempéries

São Mateus é uma das antigas cidades do Brasil. Tem uma rica história, deu ao País inúmeras personalidades importantes em todas as áreas.

Mas, foi vítima da insanidade político administrativa do prefeito que deixou o poder, de nome Daniel Santana, vulgo “Da Açaí”. Terminou os seus dois mandatos de maneira melancólica, sem noção e sem vergonha pelo que fez.

Pasmem, teve a colaboração de gente importante que, de longe e sem sujar as mãos, mexia a varinha de condão para ajudá-lo a tornar a sua gestão o retrato do apocalipse.

As articulações para 2026 começaram

No Brasil, infelizmente, quem ascende ao poder, tem como uma das primeiras atitudes garantir sua reeleição ou trabalhar para eleger o seu mentor e aliado político. O cargo que ocupa é a oportunidade desse trabalho, para o qual não foi eleito pela população. Está ali para cumprir o que prometeu em campanha e atender as principais demandas do município, do país e das entidades representativas da sociedade civil.

O que não se concebe, dentro do que chamamos de correção, é o fato de pré-candidatos que ocupam cargos públicos usarem dessa prerrogativa e colocação para fazerem suas campanhas. É desleal para com aqueles que desejam entrar para a vida pública e não têm esse suporte, pago por todos os brasileiros.

Como entender?

Não dá para compreender a capacidade de entidades como a OAB e autoridades do Direito que não conseguem enxergar o atropelo do devido processo legal que acontece hoje no Brasil, por parte de ministros da “Alta” Corte brasileira.

Segurança?

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowiski, não consegue convencer os governadores com o seu polêmico projeto da segurança. Em vez de se inteirar do que deu certo em alguns estados e servir de modelo, com alguns ajustes, poderia ser posto para o País. E os recursos e todo o suporte deveria ser dado aos estados e não impor regras dando a impressão de chantagear governadores que não aprovaram esse projeto. Até a ampliação das atribuições da PFR como polícia ostensiva como se fosse uma polícia do governo e não do Estado, é ponto polêmico, fora da curva. Os governadores podem se tornar Rainha da Inglaterra, se um projeto desse for aprovado.

Trabalho árduo

O prefeito de Santa Leopoldina, Fernando Rocha (PDT) terá uma missão que vai exigir do seu governo, muito empenho, muita capacidade de execução e vontade política. Trata-se de fazer o município voltar a ser protagonista naquela região composta pelas Três Santas (Leopoldina, Teresa e Maria).

Nos últimos tempos, isso não é de agora, a cidade tem sido coadjuvante em muitas coisas. O turismo, a cultura todo esse potencial tem perdido para outras cidades do entorno. Portanto, com a visão futurista, com a sua capacidade de empreender ações que venham a mudar essa realidade, Fernando tem sido a esperança de que isso possa acontecer.

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Disputa no Norte

O ex-deputado Freitas, hoje diretor-presidente do Departamento Estadual de Edificações e Rodovias (DER-ES), tentou uma cadeira na Câmara dos Deputados na última eleição nacional. Quase deu certo, mas tinha pela frente o deputado, reeleito naquela ocasião, Paulo Foleto (PSB). Ambos do mesmo partido.

Desta vez, de olho em Brasília, Freitas terá Thiago Hoffman que voltou ao governo, deixando seu mandato de deputado estadual, assumindo a Secretaria de Estado da Saúde. Uma posição estratégica e de grande visibilidade. A capilaridade dessa secretaria é enorme, não que o DER não seja, porém, nem todo lugar precisa de obras, mas da saúde é exigida atuação permanente.

Vale destacar que Hoffman tem presença na Grande Vitória além do interior, incluindo o Norte, onde goza de prestígio e tem muitos apoiadores.

Quanto ao Freitas, também tem prestígio pelo trabalho que desempenhou como deputado estadual de vários mandatos e agora à frente do DER., Mas, a Grande Vitória tem sido decisiva no processo eleitoral em nível estadual.

Temos que enfatizar que ambos – Hoffman e Freitas – são queridinhos do governador. Vai ser uma boa disputa. Queridinhos pode ser traduzido como aliados de primeira hora.

Algumas observações

É muito comum o vereador formar a sua equipe com seus cabos eleitorais, amigos e indicados. Mas, não deve se esquecer, que uma equipe qualificada é um passo importante para tornar o seu mandato propositivo, digno e de credibilidade perante a população.

Nunca é demais lembrar aos parlamentares municipais, que suas atribuições são legislar e fiscalizar a aplicação dos recursos orçamentários do Executivo. Essa questão das emendas impositivas tem gerado uma polêmica até em nível nacional. Emendas ao orçamento e indicações são iniciativas normais do parlamentar. Vale ressaltar que parlamentar não tem dinheiro para aplicar em obras. Esse papel é da Prefeitura, que é quem executa – na prática – o orçamento.

Outra conjectura (mas que acaba sendo fato) é o apoio em troca de cargos. Isso é nocivo para o desempenho independente do mandato. Apoiar por convencimento, argumentação e postura republicana é diametralmente oposta a submissão.

Mas, ainda é cedo para dizer a que vieram os nossos “nobres” edis.

Babalorixá desempregado

Dizem, mas não há confirmação, que um pai de santo baiano estava a postos com todo o material limpa praga, para desinfetar a inhaca deixada pela administração do prefeito anterior do município de São Mateus.

Nem precisou dos préstimos serviços do babalorixá baiano para a missão. Com água benta e um ramo de oliveira e arruda foi feita a desintoxicação do recinto.

Se for percebido que não surtiu efeito, vão trazer um exorcista ou o espírito do já falecido, padre Quevedo para, com seus conhecimentos paranormais, finalizar o trabalho.

Preocupa porque a cidade tem dois santos: São Mateus e São Benedito e, no entanto, a epidemia Daniel Santana (sem partido e sem vergonha do que fez), vulgo Da Asaí, circulou por lá durante oito anos de caótico mandato.

Previsão Macabra

O agora ex-prefeito de São Mateus, Daniel Santana, já se articula para uma pré-candidatura a deputado estadual em 2026. Um próximo assessor disse que, se ele não for preso antes, pode vir a ser forte candidato à Assembleia Legislativa. Quanto a sua desastrada atuação à frente da Prefeitura, o povo mateense logo esquece e repete a dose, até porque ele foi reeleito e ficou dois mandatos até o fim. A sua prisão nesse intervalo, foi apenas acidente de percurso. Está inteiraço e motivado para a próxima missão!

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Não quer querendo

O Lula não irá à posse do Nicolás Maduro, presidente fake News da Venezuela. O Brasil será representado pela sua embaixadora em Caracas. O Lula até que gostaria de estar na cerimônia do seu amigo, a quem até ensinou, quando esteve no Brasil, a mudar a narrativa para se parecer um democrata perante o povo. O presidente brasileiro só não vai por conveniência.

Desejo

A gente sempre torce para que todos os eleitos cumpram com aquilo que se comprometeram. Isso nunca vai nos impedir de ser crítico quando necessário. Sou jornalista, não vaquinha de presépio e nem por conveniência. Mas, sinceramente, acredito nos novos governantes que estarão à frente dos 78 municípios do Estado do Espírito Santo.

Um Feliz 2025 para eles e para nós, população.

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Pode isso, Arnaldo?!

Não, não pode.

Essa conversa de que o Brasil só volta a funcionar após o carnaval, que este ano será em março. Existem muitas demandas a serem atendidas e resolvidas e esse paradigma tem que ser quebrado.

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Resumão

Recado – O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) disse em seu discurso de posse, que este segundo mandato vai ter redução de gastos. Mas, para as prioridades como saúde e educação terão maiores investimentos dos que já existem para essas pastas. /// Destaque – A sessão de posse do prefeito, vice-prefeito e vereadores na Câmara de Vitória, foi presidida pela vereadora mais votada, Karla Coser (PT), conforme rege o Regimento daquela Casa. Tem sido uma parlamentar propositiva, muito atuante e combativa. Ela não diz, mas é, naturalmente, forte candidata a ocupar uma vaga no Parlamento Estadual. /// Vapt-Vupt – Bruno Lamas toma posse na Assembleia Legislativa, renuncia e volta ao governo. Esquisito, porém, legal. /// Precaução – Um ex-líder comunitário muito atuante foi obrigado a mudar de cidade e até de estado, devido as ameaças que sofreu juntamente coma sua família, por facção criminosa. /// Pode? – Trailer ficarem estacionados 24 horas, mesmo após findar o horário estipulado de funcionamento pela municipalidade em praças? Ocupam vagas, impedindo durante o dia que moradores e pessoas que trabalham no bairro, de estacionarem seus veículos. A Prefeitura de Vitória tem fiscalização para coibir isso? É fato, em Jardim Camburi. /// Praga – Político que tem dono, que faz tudo aquilo que seu “tutor” manda e que está no cargo para servir aos interesses desses seus manipuladores, deveriam desistir de uma atividade que tem na essência melhorar a vida das pessoas e colaborar no desenvolvimento da sua terra. /// Anotem – O futuro de Cris Samorini (PP) é vir a ser prefeita de Vitória. Por enquanto é vice do prefeito Pazolini. /// Conclusão – Alguém já disse que “no Brasil, o passado não passa”.

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Para Reflexão

“Acredite em si e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão acreditar com você”.

Autora: Cynthia Kersey

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OPINIÃO

Sugestão aos novos prefeitos de Conceição da Barra e São Mateus

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em

Por Maciel de Aguiar*

O antigo território de São Mateus compreendia o noroeste e o norte da Capitania do Espírito Santo até 1640, quando a Vila Nova do Rio de San Matheus foi invadida pela Capitania de Porto Seguro para dar início ao comércio marítimo de compra e venda de africanos para a escravidão, comandado pelos poderosos senhores das famílias coroadas vindas da Bahia.

Em 1823, José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido pelo epíteto de “Patriarca da Independência” — em resposta à Câmara de Vereadores de São Mateus que ficou contra a Independência do Brasil e a favor da Bahia e Portugal —, baixou um ato devolvendo a enorme extensão territorial para a Província do Espírito Santo, mas não conseguiu acabar com a influência baiana das tradições religiosas e culturais, além dos hábitos e costumes que se mantém até os dias contemporâneos fazendo de São Mateus e Conceição da Barra os municípios mais baianos do território capixaba.

E os seus “filhos” e “netos” — Mucurici, Pinheiros, Ponto Belo, Montanha, Ecoporanga, Barra de São Francisco, Nova Venécia, Boa Esperança e Pedro Canário — também se tornaram uma extensão da Bahia no Espírito Santo.

Desde a implantação do poderoso comércio de compra e venda de negros para a escravidão, estabelecido no Porto de São Mateus, em decorrência do custo-benefício das correntes marítimas na  travessia do Oceano Atlântico, as gestões da Câmara de Vereadores e da Prefeitura Municipal, foram, em sua maioria, comandadas por autoridades procedentes da Bahia que invadiram São Mateus com as suas famílias coroadas — Santos Neves, Faria Lima, Abreu Sodré, Oliveira Santos, Cunha, Almeida, Oliveira etc. — formadas em sua maioria por “cristãos novos” (judeus fugidos da Inquisição).

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A predominância baiana em São Mateus vinha desde 1588, com o III Governo Geral do Brasil, com sede em Salvador, em função da morte de Fernão de Sá, filho de Mem de Sá, que resultou, segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, no “primeiro genocídio brasileiro” quando oito mil índios foram assassinados na “Batalha do Cricaré”, episódio que faz parte da História do Brasil.

Conceição da Barra e São Mateus, que representavam um só município, deram ao Espírito Santo quatro governadores — Graciano Neves, Constante Sodré, Antônio Aguirre e Jones dos Santos Neves — que eram de famílias de origem baiana que se estabeleceram em São Mateus, mas, a bem da verdade, os demais governantes do Espírito Santo sempre negligenciaram a região do rio que o gentio chamou Kiri-Kerê e fizeram com que as cidades de Conceição da Barra e São Mateus ficassem abandonadas durante muitos anos.

E, desde o predomínio baiano no noroeste e norte do Estado, a questão de limites entre a Bahia e o Espírito Santo vem obedecendo à imposição de uma linha imaginária, abaixo do rio Mucuri, imposta pelos fazendeiros de cacau da Bahia com propriedades na região — embora a Constituição Federal de 1988 tivesse estabelecido um prazo de 12 anos para as partes resolver as questões lindeiras —, porém como a maioria dos governadores do Estado do Espírito Santo sempre foi negligente para com essa disputa, até hoje a questão continua no STF.

Em 1992, uma comissão de capixabas solicitou audiência ao então governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, para tentar sensibilizá-lo a ser favorável ao Estado do Espírito Santo recuperar 1.200 km2 de terras em posse da Bahia, e ACM respondeu em uma reunião no palácio de Ondina: “— Aceito devolver ao Estado do Espírito Santo uma cova com sete palmos de terras”, e encerrou a reunião.

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Depois, por influência do prefeito baiano de São Mateus, Rui Carlos Baromeu Lopes, o, agora, senador Antônio Carlos Magalhães foi mais generoso para com o desprestigiado Estado do Espírito Santo e capitaneou a implantação da SUDENE no norte capixaba, que resultou no atual desenvolvimento empresarial e industrial, com dezenas de empresas instaladas em Linhares e Sooretama, embora São Mateus e Conceição da Barra ainda não entenderam que fazem parte da SUDENE e apenas duas indústrias — Marcopolo e Oxford — foram implantadas com esses benefícios fiscais, e, mesmo assim, devido ao competente trabalho do então secretário de Desenvolvimento de São Mateus, Luís Lorenzoni, na gestão Amadeu Boroto.

Então, sugiro aos novos prefeitos de Conceição da Barra e São Mateus — o alagoano Erivan Tavares e o linharense Marcos da Cozivip — que procurem entender melhor a história entre a Bahia e o Espírito Santo para nomear profissionais competentes e secretários qualificados para fazer a implantação de novas indústrias com base nos incentivos fiscais da SUDENE que dois baianos — Antonio Carlos Magalhães e Rui Carlos Baromeu Lopes — proporcionaram ao norte do Estado do Espírito Santo.

Caso contrário, Erivan Tavares e Marcus da Cozivip continuarão cometendo os mesmos equívocos dos prefeitos que deixaram os cargos em 2024 e só fizeram milionárias contratações de bandas e trios elétricos da Bahia durante as últimas catastróficas gestões municipais de Conceição da Barra e São Mateus.

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* O autor é jornalista e escritor

* Foto: Reprodução / Redes Sociais

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