Economia
Ferrogrão pode destravar logística e reduzir bilhões em perdas, mas segue embargada
Economia / Agronegócio

Enquanto o Brasil finaliza a colheita de mais uma safra recorde de grãos, os desafios de infraestrutura para o escoamento da produção continuam preocupando o setor produtivo. Em meio a esse cenário, a Ferrogrão (EF-170) ressurge como uma esperança para o agronegócio brasileiro. O projeto, que prevê uma ferrovia de 933 quilômetros ligando Sinop, no Mato Grosso, ao distrito de Miritituba, em Itaituba (PA), é considerado estratégico para tornar o escoamento da produção mais eficiente e competitivo.
Pensada há décadas pelos produtores, a ferrovia deve servir como um verdadeiro corredor logístico, facilitando o transporte de soja, milho e outras commodities do Centro-Oeste aos portos do Norte. Atualmente, a maior parte da produção depende de caminhões, o que sobrecarrega rodovias como a BR-163, encarece os fretes e gera atrasos. A Ferrogrão poderia mudar esse cenário: segundo estimativas do governo federal, a nova ferrovia poderá reduzir em cerca de R$ 7,9 bilhões por ano os custos e desperdícios logísticos.
Além da economia, a obra também traria ganhos ambientais. O governo calcula que o uso da ferrovia poderá evitar a emissão de aproximadamente 3,4 milhões de toneladas de CO₂ por ano durante os 69 anos previstos para a concessão da linha. A proposta é fazer o traçado ao lado da BR-163, diminuindo ao máximo o impacto ambiental, com a União comprometendo-se, inclusive, a investir R$ 715 milhões em medidas de compensação ecológica.
Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende (foto), a Ferrogrão é mais do que um projeto de infraestrutura: é uma necessidade urgente. “Estamos terminando mais uma safra recorde, mas continuamos enfrentando velhos problemas para escoar nossa produção. Precisamos de soluções concretas, e a Ferrogrão tem tudo para amenizar os gargalos logísticos que tanto nos penalizam”, afirmou.
Apesar da grande expectativa, a construção da Ferrogrão está paralisada por uma liminar que suspendeu os estudos de viabilidade do projeto, alegando riscos ambientais, especialmente pelo impacto no Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, e a necessidade de consultas às comunidades tradicionais próximas da ferrovia, conforme tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.
Governo Lula é favorável ao projeto
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a defender a construção da Ferrogrão (EF 170), projeto estimado em R$ 28 bilhões. Questionado sobre o lançamento do edital da Ferrogrão, Fávaro afirmou que a questão está judicializada, mas que a posição do governo Lula é favorável ao projeto.
“O governo passado não cuidou da Ferrogrão. A posição do governo do presidente Lula é transparente, é clara, a favor da Ferrogrão, que é ambientalmente correta. O governo passado não se envolveu com o assunto”, afirmou Fávaro a jornalistas. “Mas o assunto está judicializado. Aguardamos ansiosos a decisão do Supremo Tribunal Federal quanto ao rito de licenciamento para que seja possível fazer o chamamento e a obra acontecer”, ponderou.
O governo aguarda a retomada da Ferrogrão, a partir do “destravamento”, no Supremo Tribunal Federal (STF), da ação que envolve a ferrovia. Uma liminar concedida pelo STF mantém suspenso, desde 2021, os estudos exigidos para a finalização do projeto de construção da nova ferrovia.
No ano passado, a União entregou ao STF uma manifestação que diz ser possível passar pela área de proteção ambiental respeitando a faixa de domínio da BR-163/MT, o que reduziria os impactos. Recentemente, a União também entregou documentos ao STF que buscam provar que a demanda pela consulta a líderes de comunidades foi alcançada. Ainda, a União prometeu destinar R$ 715 milhões em contrapartidas ambientais – o que representa cerca de 3,5% dos investimentos previstos para as obras.
Apesar da expectativa do Executivo, a construção da Ferrogrão é alvo de divergências na Esplanada. Enquanto o Ministério da Agricultura e o Ministério dos Transportes apoiam o projeto, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério dos Povos Indígenas são terminantemente contrários.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por sua vez, espera lançar o edital de leilão da ferrovia ainda em 2026 após aprovação do novo traçado da obra pelo STF.
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* Da Redação / Com informações de entidades de Mato Grosso e Jornais
* Fotos: Reprodução / Redes Sociais

Economia / Agronegócio
Exportações do agro capixaba batem novo recorde

Vitória / ES
De janeiro a agosto de 2024, as divisas geradas com as exportações do agronegócio no Espírito Santo somaram mais de US$ 2,1 bilhões (ou R$ 11,7 bi), maior valor já registrado na série histórica, considerando esse período do ano. Esse valor superou até mesmo todo o valor gerado com o comércio exterior do agro capixaba de janeiro a dezembro de 2023. Esse resultado representa um crescimento de 72% em relação ao mesmo período de 2023 (US$ 1,2 bilhão).
O crescimento no valor de exportações do Estado foi consideravelmente superior em relação aos dados nacionais, onde o índice do Brasil teve redução de 0,6% no valor comercializado e crescimento de 2,1% em volume. Mais de 1,67 milhão de toneladas de produtos do agro capixaba foram embarcadas para o exterior, representando um crescimento de 3,7% em volume.
As maiores variações positivas no valor comercializado foram para café cru em grãos (+157,1%), carne bovina (+78,3%), álcool etílico (+59,0%), mamão (+38,0%), chocolates e preparados com cacau (+30,9%), celulose (+28,3%), café solúvel (+21,4%) e pimenta-do-reino (+8,8%).
Em relação ao volume comercializado, houve variações positivas para café cru em grãos (+131,1%), carne bovina (+96,7%) álcool etílico (+63,7%), mamão (+42,4%), gengibre (+25,3%), chocolates e preparados com cacau (+15,8%) e café solúvel (+9,7%).
“Estamos batendo recordes com as exportações do agronegócio e, nesses oito meses, alcançamos o melhor desempenho da série histórica, superando todo valor comercializado em 2023. Os preços internacionais continuam bons para boa parte de nossos produtos, o que levou a um aumento expressivo no valor comercializado pelo Espírito Santo. O café continua com volumes recordes exportados, principalmente o conilon, que está se consolidando como o principal produto da nossa pauta de comércio exterior do agro”, comemorou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
Os três principais produtos da pauta das exportações do agronegócio capixaba – complexo cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino – representaram 94,9% do valor total comercializado de janeiro a agosto de 2024.
No acumulado do ano, nossos produtos foram enviados para 117 países. Os Estados Unidos se destacam como principal parceiro comercial, com 22,5% do valor comercializado. Além disso, a participação relativa do agronegócio nas exportações totais do Espírito Santo de janeiro a agosto foi de 30,4%. “Esses dados mostram como estamos avançando com competitividade no cenário internacional e isso é fruto de muito trabalho e resiliência dos produtores e das agroindústrias do Espírito Santo, que conseguem atingir mercados em todos os continentes, com produtos de qualidade e sustentáveis”, pontua Enio Bergoli.
De janeiro a agosto deste ano, dez produtos se destacaram em geração de divisas. O complexo cafeeiro ficou em primeiro lugar com US$ 1,2 bilhão (58,3%), seguido por celulose com US$ 679,6 milhões (31,7%), pimenta-do-reino com US$ 106,5 milhões (4,9%), gengibre com US$ 19,9 milhões (0,92%), carne bovina com US$ 18 milhões (0,84%), mamão com US$ 18 milhões (0,84%), chocolates e preparados com cacau com US$ 14,4 milhões (0,67%), álcool etílico com US$ 8,9 milhões (0,41%), carne de frango com US$ 4,6 milhões (0,21%) e pescados com US$ 4,3 milhões (0,20%). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 21,6 milhões (1%).
Café segue em primeiro lugar
Na pauta de exportação do ano passado, o complexo cafeeiro passou a ocupar o primeiro lugar, impulsionado pelo café conilon que mais que triplicou o volume de sacas exportadas no último ano. Nos primeiros oito primeiros meses deste ano, foram exportadas aproximadamente 4,8 milhões de sacas de conilon, 359,3 mil sacas de equivalente de solúvel e 332,4 mil sacas de arábica, que dá um total de 5,5 milhões de sacas de café de janeiro a agosto. Um dado que chama atenção é a quantidade de sacas de café solúvel, que foi superior à quantidade de sacas exportadas do café arábica.
“O complexo cafeeiro segue com destaque das exportações do agronegócio, já consolidado como principal arranjo produtivo agrícola em geração de divisas, superando as exportações de celulose. E o café conilon, grande responsável por alavancar esses resultados, agora passa a ser fazer parte das negociações na B3, um passo fundamental como ferramenta de gestão de riscos, especialmente em períodos de oscilações de preço, o que proporciona maior proteção para o patrimônio dos nossos cafeicultores e suas famílias. É importante destacar que o conilon está presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas”, complementa Bergoli.
De janeiro a agosto. o Espírito Santo também foi o maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participação em relação ao total nacional de 64%, 58% e 44%, respectivamente. Além disso, superou São Paulo na comercialização do complexo cafeeiro, envolvendo café cru em grãos, solúvel e torrado/moído, conquistando a segunda posição no ranking nacional das exportações totais de café e derivados.
Ressalva acerca dos dados
A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), por meio da Gerência de Dados e Análises (GDN), realiza mensalmente um levantamento detalhado das exportações do agronegócio capixaba, a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.
Em análise dos dados nas bases oficiais, notou-se uma inconsistência nos dados de exportações do agronegócio do Espírito Santo referentes aos meses de fevereiro e março de 2024, especificamente relacionada ao produto “Açúcar de cana”, com código NCM 17011400.
De acordo com os registros disponíveis, constatamos que houve uma notável disparidade entre os valores e volumes de exportação do referido produto nos mencionados meses, em comparação com dados históricos e informações fornecidas pelas indústrias sucroalcooleiras do Estado. Os valores registrados, sendo US$ 10,2 milhões em fevereiro e US$ 11,1 milhões em março, juntamente com os volumes de 19,8 toneladas e 21,6 toneladas, respectivamente, destoam significativamente das médias históricas de exportação do produto pelo Estado, principalmente considerando que esses dados são referentes apenas ao primeiro trimestre de 2024.
Após consultas realizadas junto às indústrias sucroalcooleiras e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, levantou-se a suspeita de que tais números possam ter sido inflados devido a possíveis erros no lançamento de notas fiscais ou ações de empresas de trading que atuam no Espírito Santo. Portanto, os dados de açúcar fora da curva foram desconsiderados nas nossas análises. A Seag está em contato com as entidades responsáveis para sanar a inconsistência.
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- Fonte: Elaborado pela Gerência de Dados e Análises (GDN/SEAG) / Assessoria de Imprensa Seag
- Foto: Vports
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